Resumo
Problema: O abortamento espontâneo é um evento frustrante na vida de muitas mulheres, principalmente para aquelas que programam a gestação. Objetivo: Compreender a vivência das mulheres em situação de abortamento espontâneo, no contexto da assistência de serviços de saúde públicos e privados, e a vivência de enfermeiros frente ao cuidado realizado. Método: Pesquisa qualitativa, fundamentada na fenomenologia social de Alfred Schutz, realizada em 2009, por meio de entrevista aberta, com 13 mulheres e sete enfermeiros. Resultados: O abortamento é vivenciado como algo inesperado, um momento difícil, permeado por tristeza e dor relacionadas à perda e à impossibilidade do seguimento da gestação. As mulheres manifestam desejo de receber apoio, atenção e informações e avaliam o cuidado recebido como satisfatório, porém diferenciado nos serviços que atendem convênio de saúde. Os enfermeiros buscam, inicialmente, obter informações sobre o abortamento, condições de saúde e necessidades de cuidado e, a partir daí, fornecem orientações e apoiam as mulheres para que possam superar este momento. Conclusões: As mulheres reconhecem que o momento vivenciado é uma condição que requer atenção, apoio e informações dos profissionais. Ressalta-se a importância da atuação do enfermeiro no planejamento e realização de ações em consonância com o princípio da integralidade da assistência
Descritores: Saúde da Mulher, Aborto, Enfermagem, Pesquisa Qualitativa.
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