Resumo
Objetivo: compreender o quotidiano do enfermeiro na Atenção Primária à Saúde (APS) e suas vivências como ser, no fazer, aprender e conviver. Método: estudo de casos múltiplos holístico-qualitativo, fundamentado na Sociologia Compreensiva do Quotidiano, com 54 enfermeiros. Resultados: o ser enfermeiro na APS vivencia o protagonismo, a autonomia, a aplicabilidade de conhecimentos e as habilidades profissionais, ao desempenhar o fazer com humanização, empatia, responsabilidade e ética. Os enfermeiros vivem, aprendem e convivem com os desafios quotidianos, como elevado número de pessoas cadastradas, falta de recursos humanos, elevada demanda espontânea e reprimida, atenção centrada no adoecimento e necessidade de Educação Permanente. Considerações finais: o ser, fazer, aprender e conviver dos enfermeiros é pautado por grandes responsabilidades e cobranças em torno do que é ideal e o que é real no quotidiano da APS. A infraestrutura e a funcionalidade das unidades de APS encontram-se longínquas da realidade idealizada e desejada.
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