Resumo
Problema: A realização do papanicolaou na gestação faz parte da rotina do pré-natal. Porém, muitas gestantes não se sentem informadas quanto a importância da realização desse exame. Objetivo: compreender o sentido da prevenção do câncer do colo do útero na ótica de gestantes. Método: fenomenológico heideggeriano, construído com base nas etapas metódicas da redução, construção e destruição fenomenológica. O desenvolvimento do estudo ocorreu em consonância com os preceitos éticos da Resolução 196/96. Resultados: desvelou-se que as gestantes vivenciam o fenômeno da prevenção do câncer do colo do útero com o velamento da palavra câncer; no modo da falação e com inautenticidade nas relações entre profissional de saúde e cliente. Conclusão: necessitamos enfrentar o desafio de reconhecer a fragilidade do modelo biomédico para cuidar da saúde das mulheres, na perspectiva de avançar pra um cuidado compreensivo.
Referências
Piccinini CA, Gomes AG, Nardi T, Lopes SR. Gestação e a constituição da maternidade. Psicologia em Estudo. 2008; 13 (1): 63-72.
Ferreira MLSM. Motivos que influenciam a não realização do exame de papanicolaou segundo a percepção de mulheres. Esc Anna Nery rev enferm. 2009; 13 (2): 378-84.
Instituto Nacional do Câncer (Brasil) [homepage in the Internet]. ABC do câncer-abordagens básicas para o controle do câncer 2012 [cited 2012 May 21]. Available from: https://ead.inca.gov.br/course/view.php?id=43
Novais TGG, Laganá MTC. Epidemiologia do câncer de colo uterino em mulheres gestantes usuárias de um serviço de pré-natal público. Saúde coletiva [internet]. 2009 [cited 2012 July 1]; 27 (6): 7-13. Available from: http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=84212434003
Gonçalves CV, Duarte G, Costa JSD, Quintana SM, Marcolin AC. Perdas de oportunidades na prevenção do câncer de colo uterino durante o pré-natal. Ciênc saúde coletiva. 2011; 16 (5): 2501-10.
Peixoto CR, Freitas LV, Campos FC, Teles LMR, Paula PF, Damasceno AKC. O pré-natal na atenção primária: o ponto de partida para reorganização da assistência obstétrica. Rev enferm UERJ. 2011; 19 (2): 286-91.
Wunsch S, Oliveira SG, Garcia RP, Domingues IB. Coleta de citopatológico de colo uterino: saberes e percepções de mulheres que realizam o exame. Rev enferm UFSM. 2011; 1 (3):360-8.
Martins A. Filosofia e saúde: métodos genealógico e filosófico-conceitual. Cad saúde publica. 2004; 20 (4): 950-8.
Baptista PCP, Merighi MAB, Freitas GF. El estudio de la fenomenologia como uma vía de acesso a la mejora de los cuidados de enfermería. Cult cuid. 2011; 15 (29): 9-15.
Anéas TV, Ayres JRCM. Significados e sentido das práticas de saúde: a ontologia fundamental e a reconstrução do cuidado em saúde. Interface comun saúde educ. 2011; 15 (38): 651-62.
Adamer HG. O caráter oculto da saúde. 2. ed. Petrópolis: Vozes; 2011.
Heidegger M. Ser e tempo. 3. ed. Petrópolis: Vozes; 2008.
Ferreira AMC. A fenomenologia heideggeriana e a construção tridimensional da verdade. In: Wu R, Nascimento CR, organizadores. A obra Inédita de Heidegger. São Paulo: Liber Ars; 2012. p. 8-19.
Inwood M. Hermenêutica [article in the internet]. [Cited 2012 July 3]. Available from: http://criticanarede.com/hermeneutica.html
Sales CA. O ser-no-mundo e o cuidado humano: concepções heideggerianas. Rev enferm UERJ. 2008; 16(4):563-8.
Sousa CM, Ribeiro GMF. O fenômeno da ambiguidade no pensamento de Martin Heidegger. Existência e Arte. 2007; 3 (3):1-7.
Heidegger M. Todos nós ninguém: um enfoque fenomenológico do social. São Paulo: Moraes; 1981.
Iwamoto HH, Camargo FC, Miranda MP, Nunes JS, Barbosa IA. Mulheres que realizam papanicolaou: contribuições para a estratégia saúde da família. Cogitare enferm. 2011; (16) 3:424-9.
Renata JS, Rosas AMMTF, Rodrigues BMD, Cardoso AMDVN, Valente GSC. Intentional action of nursing education of consultation: phenomenological study. Online braz j nurs [internet]. 2012 [cited 2012 May 11]; 11 (1): 157-166. Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/3518