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Methodological aspects used in the scientific production about  nursing  consultation: an integrative review

Aspectos metodológicos utilizados na produção científica acerca da consulta de enfermagem: uma revisão integrativa

Ana Paula Oliveira Queiroz*, Francisca Elisângela Teixeira Lima*, Diliane Paiva de Melo Matos*, Shérida Karanini Paz de Oliveira*

*Universidade Federal do Ceará

 

Abstract: Nursing consultation is the method by which the nurse can have complete autonomy to develop comprehensive care strategies for the client's health, family or community. The study aimed to verify the methodological aspects used in the scientific literature about the nursing consultation. It is an integrative review of literature that used the not controlled descriptors nursing and consultation and the translation into English of words together (nursing consultation) and Spanish (consulta de enfermería) in the following databases: LILACS, PubMed, CINAHL and Cochrane databases. The search took place from December 2009 to February 2010, being selected 31 articles that met the following criteria: be available in its entirety, be available in Portuguese, English and Spanish addressing the nursing consultation. Data analysis was based on literature relevant to the topic. Was obtained as results the predominance of descriptive studies with qualitative approach. The South East was the region with the largest number of published studies, mostly performed in adults in primary care units. In the last decade there has been an increase in productions made. Thus, it is clear that in the nursing consultation the nurses actions are very diverse, but still it is necessary to carry out more studies on the subject to prove the effectiveness of nursing consultation.

Keywords: Nursing; Journal Article; Review Literature as Topic; Evidence-Based Nursing.

 

Resumo: A consulta de enfermagem é o método pelo qual o profissional enfermeiro pode ter completa autonomia para desenvolver estratégias de cuidado abrangentes para a saúde do cliente, da família ou da comunidade. O estudo teve como objetivo verificar os aspectos metodológicos utilizados na produção científica acerca da consulta de enfermagem. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura que utilizou os descritores não controlados consulta e enfermagem e a tradução em inglês das palavras juntas (nursing consultation) e espanhol (consulta de enfermería) nas seguintes bases de dados: LILACS, PUBMED, CINAHL e COCHRANE. A busca aconteceu de dezembro de 2009 a fevereiro de 2010, sendo selecionados 31 artigos que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: estar disponível na íntegra; estar disponível nos idiomas português, inglês ou espanhol e abordar a consulta de enfermagem. A análise dos dados foi fundamentada na literatura pertinente à temática. Obteve-se como resultados o predomínio de estudos do tipo descritivo, de abordagem qualitativa. O sudeste foi a região com o maior número de estudos publicados, sendo a maioria realizada com adultos em unidades básicas de saúde. Na última década houve um aumento de produções realizadas. Com isso, percebe-se que na consulta de enfermagem a atuação do enfermeiro é bastante diversificada, porém ainda faz-se necessária a realização de mais estudos sobre o tema para comprovar a eficácia da consulta de enfermagem.

Palavras-chaves: Enfermagem; Artigo de revista; Literatura de Revisão como Assunto; Enfermagem Baseada em Evidências.

 

INTRODUÇÃO

Atualmente, a enfermagem tem se preocupado com melhorias, buscando conhecimentos próprios no sentido de sistematizar e organizar sua prática e seu processo de cuidar, de modo a favorecer uma assistência baseada não somente na dimensão biológica do ser humano, mas essencialmente na compreensão do homem como ser social e ator principal no processo saúde-doença, seja no âmbito hospitalar ou na saúde coletiva.

Nesse contexto, destaca-se o potencial da consulta de enfermagem (CE) como estratégia tecnológica de cuidado importante e resolutiva, respaldada por lei, privativa do enfermeiro que oferece inúmeras vantagens na assistência prestada, facilitando a promoção da saúde, diagnóstico e tratamento precoce e prevenção de situações evitáveis.

A consulta de enfermagem é um processo sistematizado e educativo, realizado pelo enfermeiro com o objetivo de detectar precocemente desvios de saúde e acompanhar as medidas instituídas, as quais se dirigem ao bem-estar das pessoas envolvidas. Envolve uma relação interativa dialógica entre paciente e enfermeiro, buscando identificar e satisfazer necessidades, a fim de promover a habilidade para agir do paciente e melhorar sua saúde. Desse modo, direciona a prática profissional para a independência, autonomia e qualidade de vida dos pacientes1-2.

A consulta de enfermagem viabiliza o trabalho do enfermeiro durante o atendimento ao paciente, facilitando a identificação dos problemas e as decisões a serem tomadas. Para tanto, deve ser norteada pela sistematização da assistência de enfermagem, por ser um método cientifico com aplicação especifica, de modo que o cuidado de enfermagem seja adequado, individualizado e efetivo2-4.

No Brasil, a consulta de enfermagem se iniciou em 1925, por enfermeiras norte-americanas, com a elaboração de um manual utilizado nas entrevistas pós-clínicas desenvolvidas com pacientes portadores de doenças sexualmente transmissíveis. No entanto, somente na década de 60 surgiu a denominação consulta de enfermagem, cujas precursoras desta atividade eram enfermeiras atuantes na saúde pública2.

A conquista do espaço para a realização da CE, no Brasil, acompanhou as fases de mudanças da profissão. Desde a década de 1920 a entrevista realizada pelo enfermeiro foi considerada uma precursora da consulta de enfermagem, que foi instituída em 1968, inicialmente dirigida prioritariamente ao grupo materno-infantil, mas posteriormente ampliada para todos os grupos5. Sua regulamentação se deu por meio da lei nº 7498/86 e pelo Decreto nº 94406/87. A Resolução COFEN-159/93, artigo 1º, torna a consulta de enfermagem obrigatória no desenvolvimento da assistência de enfermagem em todos os níveis de atenção à saúde, seja em instituição pública ou privada6.

A consulta de enfermagem traz benefícios à comunidade e proporciona orientação de medidas favoráveis que visam a abordagem apropriada às necessidades peculiares dos pacientes7-8, como por exemplo, pacientes portadores de doença arterial coronariana, durante a consulta de enfermagem, são motivados a refletirem acerca da necessidade de incorporar hábitos mais saudáveis ao seu cotidiano1. Além disso, a CE proporciona bons resultados e traz diversos benefícios para o paciente e profissional9-10.

            Esses trabalhos trazem grande quantidade de informações no âmbito da saúde. Contudo a falta de tempo dos profissionais de saúde determinam a necessidade de elaborar estratégias mais práticas e concisas para chegar aos resultados de pesquisa. Daí, ressalta-se do desenvolvimento de estudos do tipo revisão integrativa da literatura11.

Diante da importância da consulta de enfermagem frente à assistência multidisciplinar ao paciente, e por acreditarmos que o enfermeiro deva se preocupar com a implementação de práticas que ofereçam condições seguras e de qualidade para o desempenho de suas atividades, propusemo-nos realizar esta pesquisa, cujos resultados podem contribuir para divulgação do conhecimento produzido acerca da consulta de enfermagem, ainda pouca estudada e difundida.

O contexto descrito deu margem ao questionamento condutor dessa pesquisa: quais os aspectos metodológicos utilizados na produção científica acerca da consulta de enfermagem? Assim, tem-se como objetivo verificar os aspectos metodológicos utilizados na produção científica acerca da consulta de enfermagem. 

METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão integrativa da literatura referente à produção sobre consulta de enfermagem, nos artigos de periódicos indexados nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe de informação em Ciências da Saúde (LILACS), Publicações Médicas (PUBMED), Cummulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e COCHRANE.

A revisão integrativa permite sintetizar o resultado de todas as pesquisas já realizadas sobre um determinado assunto em uma única12. Pode ser definida como um método em que pesquisas anteriores são sumarizadas e conclusões são estabelecidas considerando o delineamento das pesquisas avaliadas possibilitando a síntese e a análise dos estudos sobre o tema investigado13. Permite descrever o conhecimento no seu estado atual; promove o impacto da pesquisa sobre a prática profissional, mantendo os interessados atualizados e facilitando as modificações da prática cotidiana como consequência da pesquisa.

A revisão integrativa tem o potencial de construir conhecimento em enfermagem, pois produz um conhecimento fundamentado e uniforme para uma prática clínica de qualidade e reduz os obstáculos para utilização do conhecimento científico, tornando a informação mais acessível, uma vez que num único trabalho há a união de várias pesquisas, permitindo assim agilidade da divulgação do conhecimento11.

A busca aconteceu no período de dezembro de 2009 a fevereiro de 2010 sendo selecionados 31 artigos que obedeceram aos seguintes critérios de inclusão: estar disponível na íntegra nas referidas bases de dados; estar disponível nos idiomas português, inglês ou espanhol; e ter como tema central a consulta de enfermagem. Foram utilizados os descritores não-controlados consulta e enfermagem, e a tradução das palavras associadas em inglês (nursing consultation) e espanhol (consulta de enfermería).

Após a seleção dos estudos acerca da consulta de enfermagem, os mesmos foram submetidos a leituras exploratórias e seletivas. A coleta de dados foi realizada por meio de um formulário, o qual contemplou os aspectos metodológicos do estudo.

Para a análise dos aspectos metodológicos da produção científica foram considerados: tipo do estudo, delineamento e natureza; local de desenvolvimento; ambiente da consulta; sujeitos do estudo; e ano de desenvolvimento dos estudos.

Os resultados obtidos foram apresentados na forma de tabelas de modo a permitir uma melhor compreensão dos mesmos, sendo a análise dos dados fundamentada na literatura pertinente à temática.

Os aspectos éticos e legais foram respeitados, tendo em vista que foram utilizados artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, cujos nomes dos autores foram referenciados sempre após a citação de seus pensamentos.  

RESULTADOS

A seguir foram expostos os aspectos metodológicos abordados nos 31 artigos publicados acerca da consulta de enfermagem.

 

Tabela 1 – Caracterização dos estudos sobre consulta de enfermagem acerca do tipo, do delineamento e da natureza do estudo. Fortaleza-CE, 2010.

Tipo de estudo

N=31

%

Descritivo

18

58,1

Exploratório

3

9,7

Descritivo-exploratório

 7

22,5

Descritivo-reflexivo

2

6,5

Histórico-social

 1

3,2

 

 

 

Delineamento

 

 

Bibliográfico

3

9,7

Longitudinal

1

3,2

Documental

3

9,7

Experimental

1

3,2

Correlacional

1

3,2

Não especificado

22

71

 

 

 

Natureza

 

 

Quantitativa

8

25,8

Qualitativa

23

74,2

 

 

 

             No que concerne ao tipo de estudo pode-se verificar o predomínio de estudos do tipo descritivo e descritivo-exploratório, cada um com 58,1% e 22,5% dos artigos, respectivamente. Quanto ao delineamento dos estudos, percebe-se que a maioria dos estudos analisados não especifica o delineamento que seguiram (71%) enquanto os estudos experimentais, correlacionais e longitudinais ficam com apenas 3,2% cada um. Quanto à natureza dos estudos houve uma porcentagem significativa de estudos qualitativos (74,2%), conforme exposto na tabela 1.

Quanto ao local de desenvolvimento dos estudos é notável um maior impacto da região sudeste com 48,4% (15) dos estudos, logo em seguida vem a região Nordeste, com 22,5% (7); a região Centro-Oeste com 9,7% (3) e a região Sul com 6,5% (2). Os estudos estrangeiros totalizaram 12,9% (4). Não foi encontrado nenhum estudo realizado na região Norte.

No que diz respeito ao ambiente de realização da consulta de enfermagem, pode-se verificar uma diversidade de estudos desenvolvidos nos níveis de atenção primária, secundária e terciária, ficando a unidade básica de saúde com 38,6% (12), os ambulatórios com 19,4% (6), os hospitais com 25,8% (8), casas de parto com 9,7% (3) e outros, 6,5% (2) dos estudos analisados.

Quanto aos sujeitos do estudo, algumas pesquisas eram realizadas com mais de um sujeito, por vezes pacientes e acompanhantes ou profissionais de saúde e usuários do sistema. Dentre os estudos realizados com os usuários, foram contemplados: adultos (20), crianças (1), adolescentes (1) e idosos (1). E dez estudos foram desenvolvidos com profissionais de enfermagem e um com acadêmicos de enfermagem. Dois estudos bibliográficos foram desenvolvidos.

Em relação ao ano de desenvolvimento dos estudos percebe-se que de 1995 a 2000 apenas 12,9% (4) dos estudos foram produzidos. Entre os anos 2001 e 2005, 35,5% (11) dos estudos foram publicados. Já entre os anos de 2006 e 2010 houve um aumento substancial, sendo produzidos 51,6% (16) dos estudos.

 DISCUSSÕES

A consulta de enfermagem, apesar de regulamentada desde a década de 80, ainda é uma tecnologia que não alcançou totalmente a sua vigência nos três níveis de atenção, mas vem a cada dia mais sendo trabalhada tanto pelos profissionais enfermeiros que buscam sua autonomia, quanto pelos acadêmicos de enfermagem, visto a importância de realizar a consulta de enfermagem desde o início da formação do estudante. Sendo assim, relevantes os estudos descritivos e exploratórios que buscam conhecer desenvolver, esclarecer e modificar conceitos.

As pesquisas exploratórias desenvolvidas acerca da consulta de enfermagem são relevantes, visto que visam o esclarecimento de um tema, ou seja, são sondagens para situar os pesquisadores no tempo e no espaço próprio de experiências inovadoras. Os estudos descritivos respondem às perguntas: quando, onde e quem, sendo importantes para se descobrir as características de como essa consulta de enfermagem está sendo realizada14.

O delineamento dos estudos é o plano de investigação estruturado para se responder determinada questão científica. O fato dos pesquisadores não estarem explicitando o delineamento utilizado em suas pesquisas preocupa, haja vista que sem ele, o nível de evidência da pesquisa tornar-se questionável. Dos poucos estudos que definem seu delineamento, os mais comuns são do tipo bibliográfico e documental fato que se dá por serem estudos de baixo custo e que, muitas vezes, compilam diversos estudos em um só, tornando a prática baseada em evidências mais acessível14.

Além de estudos que busquem descrever como a consulta de enfermagem, deve-se haver um maior impulso dos pesquisadores em desenvolver estudos experimentais, haja vista que por meio deles pode-se comprovar a eficácia da consulta de enfermagem10.

As pesquisas qualitativas podem ser mais comuns por seu delineamento ser mais flexível e holístico, exigindo uma participação mais intensa do pesquisador que planeja sua investigação sob várias circunstâncias. Trabalham com o universo do significado e motivações, gerando dados subjetivos, que não podem ser quantificados, mas que são de extrema importância para o ser e o fazer em enfermagem. Podem auxiliar os enfermeiros a refletir e compreender o valor de sua prática profissional. Não se preocupa com números para garantir representatividade. O essencial é estimular a relação dos indivíduos com o problema proposto e descrever a experiência humana, tal como ela é vivida e definida pelos seus próprios agentes15.

Os dados do local onde foi realizado o estudo coincidem com os resultados de um estudo bibliográfico realizado em Fortaleza-CE que detectou a realização de pesquisas acerca da consulta de enfermagem especificamente em oncologia somente na regiões Sul e Sudeste do Brasil16.

A prevalência de estudos realizados na região sudeste pode-se dever ao fato de ser esta a região com a maior concentração de universidades e o interesse destas em divulgar o seu conhecimento científico por meio de periódicos17. Esse dado já era esperado, por serem as regiões mais desenvolvidas do país, cujas informações e realizações de pesquisas se iniciam nessa região e posteriormente são repassados para as demais localidades16. Ao notar que a região norte não possui artigos desenvolvidos, percebe-se uma carência de produção científica nesta região do país.

A boa distribuição dos locais de realização dos estudos demonstra que a consulta de enfermagem vem sendo efetivada nos três níveis de atenção de forma bem regulamentada. O fato de 38,6% dos estudos terem sido realizados nas unidades básica de saúde, talvez esteja devido este ambiente proporcionar ao enfermeiro maior autonomia de atuação sendo co-responsável pela saúde do indivíduo, família e comunidade.

A consulta de enfermagem pode ser aplicada em qualquer contexto de realização do cuidado, podendo ser realizada em âmbito ambulatorial, hospitalar, ocupacional, nas empresas e indústrias, bem como no ambiente domiciliar. O recurso metodológico é o mesmo, o que muda é a abordagem dada, observando as individualidades de cada um. Em alguns casos, o que falta é aproximar a prática a um referencial teórico-filosófico, registrar o que é feito e compreender o que já está sendo executado16,18.

O aumento da parceria entre hospitais e universidades também está possibilitando uma maior divulgação científica da prática e, assim, um maior estreitamento entre o assistencialismo e o cientificismo, permitindo uma maior utilização da prática baseada em evidências.

O resultado encontrado a respeito dos sujeitos envolvidos no estudo demonstra que as pesquisas atuais estão procurando conhecer também a percepção do trabalhador quanto ao processo de trabalho buscando formas de melhorar sua satisfação.

Destaca-se que a consulta de enfermagem engloba os mais diversos sujeitos de estudo, visto que pode ser aplicada em qualquer situação e para qualquer tipo de paciente. É certo que cada tipo de paciente tem suas particularidades que devem respeitadas e obedecidas. Existem questionamentos que não podem deixar de ser feitos para crianças que podem ser irrelevantes para idosos, por exemplo16.

Contudo, foi encontrada uma pequena quantidade de estudos realizados com idosos, cujo fato pode ser preocupante à medida que estamos vivenciando uma inversão da pirâmide etária e uma maior parcela da população está ultrapassando os limites da idade adulta19. Então, é necessário que os estudiosos da área de enfermagem desenvolvam estudos acerca da consulta de enfermagem com idosos.

A consulta de enfermagem não se constitui uma atividade inteiramente nova, uma vez que desde a década de 20 foi reconhecida como atividade do enfermeiro, sendo legalizada de forma definitiva em 25 de junho de 1986, segundo a Lei 7.489 20. Contudo, só agora, reconheceram-na como colaboradora na organização e sistematização do cuidar em enfermagem.

Observa-se, nos últimos anos, um incentivo cada vez maior oferecido às universidades para a realização de pesquisas, o que tem proporcionado uma maior quantidade de publicações nas revistas. Ainda, nota-se o aumento do interesse dos profissionais em pesquisar sobre a consulta de enfermagem, haja vista ser ela uma atividade privativa do enfermeiro e que dá autonomia para que ele atue de forma sistematizada e integral junto ao paciente proporcionando um cuidado mais efetivo, individual e humanizado. 

CONCLUSÕES

Constatou-se que o interesse dos enfermeiros pelo desenvolvimento de estudos acerca da consulta de enfermagem vem aumentando, visto que a consulta de enfermagem é um método pelo qual o profissional enfermeiro pode ter autonomia para desenvolver estratégias de cuidado abrangentes que promovam a saúde do indivíduo, da família e da comunidade.

Em relação aos aspectos metodológicos contemplados na consulta de enfermagem, a região sudeste lidera em quantidade de artigos publicados, mas a região nordeste também vem se desenvolvendo. No entanto, não foram encontrados estudos acerca da consulta de enfermagem desenvolvidos na região norte do Brasil.

Os estudos mostraram o quanto é diversificada a atuação do enfermeiro durante as consultas, mas sempre evidenciando a sua maior função: educador em saúde.

Percebeu-se, portanto, que apesar de nos últimos anos as pesquisas estarem abordando mais a consulta de enfermagem, ainda se faz necessária o desenvolvimento de mais estudos com maior variedade de assuntos, visando fornecer evidências de que a consulta de enfermagem é eficaz para prevenir doença e promover a saúde da população. Assim, a consulta deve ser plenamente estabelecida em todos os níveis de atenção. 

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