Role playing and nursing clinical teaching - Systematic Literature Review

Dramatização e o ensino clínico em enfermagem - Revisão Sistematizada da Literatura 

Profa. Dra. Isabel  Cruz.

Titular da UFF, RJ, Brasil. 

Abstract: Objective: This study aimed to carry out a systematic literature review on the effectiveness of role playing as a clinical teaching strategy for nursing. Method: The search was carried out in articles indexed in online databases: Medline/PubMed, Scielo, BVS-WHO, and PeriEnf during the period 2005-2010. Results: The final sample consisted of 12 studies with level 2 of evidence and 1 with level 3 (total=13). All studies concluded that role playing is effective for clinical teaching related to communication skills and empathy. Conclusion: This literature review concluded that role playing is recommended clinical teaching in nursing as well.

Key-words: role playing; teaching; nursing

Resumo: Objetivo: realizar uma revisão sistematizada da literature sobre dramatização como uma estratégia de ensino clínico para a enfermagem. Método: A busca bibliográfica foi feita nas bases online: Medline/PubMed, Scielo, BVS-WHO e PeriEnf, de manuscritos publicados no período de 2005-2010. Resultados:  A amostra consistiu de 12 estudos com nível 2 de evidência e um estudo de nível 3. Todos os estudos concluíram que a dramatização é eficaz para o ensino clínico relacionado aás habilidades de comunicação terapêutica e empatia. Conclusion: A revisão da literature permite recomendar a dramatização com recurso para o ensino clínico em enfermagem igualmente.

Palavras-chave: dramatização; desempenho de papéis; ensino; enfermagem 

Breve descrição do contexto:

O contexto no qual acontecem as experiências clínicas de ensino-aprendizagem em enfermagem possui nos dias atuais muitas limitações: a saber: elevada rotatividade de pacientes, alta complexidade das situações clínicas, reduzido número de profissionais qualificados para o cuidado do paciente e, igualmente, para supervisão de alunos, alto custo do material clínico, entre outros aspectos.

Conforme constatou o estudo de Santos e Cassiani[1], o docente de enfermagem está "vivendo em constante conflito", pois sente a falta que o ensino prático faz ao aluno, assim como precisa se adaptar, trabalhar e conformar com a falta de material didático adequado ao ensino clínico de enfermagem que permita ao aluno uma preparação prévia para o posterior aprendizado sobre cuidado de enfermagem direto com o paciente, todavia com um nível aceitável de competência e segurança.

Descrição do problema:

O ensino clínico direto, independente da complexidade da situação do paciente, família e ou comunidade, envolve um aprendiz que tem o direito de errar, um paciente que tem o direito de um cuidado seguro e uma docente enfermeira que tem o dever de prestar um ensino clínico baseado em evidência, de qualidade e seguro tanto para o aluno quanto para o paciente.

A comunicação terapêutica enfermeira-cliente apresenta dificuldades devido, entre várias razões, ao despreparo da enfermeira[2]. Mas, quais as tecnologias de ensino estão disponíveis para o docente de enfermagem ensinar, por exemplo, as necessárias habilidades de comunicação com o paciente?

A busca por estratégias eficazes de ensino clínico que propiciem o desenvolvimento reflexivo das competências profissionais ao tempo em que garantem o cuidado de enfermagem eficaz e culturalmente sensível ao paciente é a meta.

Medidas chaves para a mudança:

O “laboratório de técnicas de enfermagem” proporciona um ambiente seguro de aprendizagem e a supervisão direta do treinamento, assim como a retroalimentação imediata, é condição para o desenvolvimento de habilidades profissionais. Porém, na segunda década do século XXI, o laboratório não se restringe mais a uma cama e uma boneca. A supervisão e a retroalimentação também podem ser realizadas por outros recursos além da docente de enfermagem.

Neste estudo, investigo a dramatização (role-playing) enquanto um recurso de ensino clínico e o seu potencial de ajudar o aluno a “conhecer e viver” a comunicação terapêutica com pacientes fictícios, os dilemas éticos, a tomada de decisão e as atitudes e intervenções profissionais e suas conseqüências, conforme suas próprias habilidades.

Questão do ensino:

Qual é a eficácia dramatização, enquanto técnica de ensino clínico para a aprendizagem sobre o cuidado do paciente?

Processo de obter dados:

Foram considerados elegíveis os artigos sobre ensino de enfermagem ou outra profissão da área da saúde, em língua inglesa ou portuguesa, publicados em periódicos indexados nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (MEDLINE, versão PubMed), Biblioteca Virtual de Saúde – OMS (BIREME [todas as bases]), Scielo e PeriEnf, no período de janeiro de 2005 a abril de 2010 (exceto PubMed: 2007 a 2010), utilizando como keywords Role playing, nursing e teaching, de acordo com o Medical Subject Heading (MeSH) e como descritores dramatização (desempenho de papéis – DECS), enfermagem e ensino, estabelecidos, em parte, pelos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).

A busca foi realizada em abril de 2010 nas quatro bases, concomitantemente, utilizando-se os descritores combinados por meio do conector booleano "AND". Foram encontrados 66 artigos, sendo 51 na base de dados MEDLINE/PubMed, 08 na BIREME, 05 na PeriEnf e 02 na Scielo.

Efetuou-se a leitura criteriosa dos títulos e resumos quando disponíveis dos 66 artigos - desses, 53 foram excluídos ou por inadequação do conteúdo à questão norteadora ou por não poder ser acessado na íntegra pela via eletrônica. Foram selecionados 13 artigos para avaliação na íntegra que compuseram a amostra final (20%). A análise dos artigos privilegiou informações sobre o sujeito da pesquisa, método, principais resultados e conclusões.

Síntese das evidências científicas

Os achados apresentados na tabela a seguir evidenciam que a maioria dos manuscritos sobre dramatização foi publicada em periódicos de medicina. Cabe ressaltar que não foi encontrado nenhum manuscrito sobre dramatização como recurso de ensino clínico em periódico de enfermagem brasileiro. Se considerarmos ainda que só há 11 artigos publicados na base Scielo, entre 1993-2004, encontrados sob o descritor “ensino de enfermagem” e, na base PeriEnf, 44 manuscritos entre 1985-2004, então os dados mostram a necessidade de pesquisas na área sobre ensino de enfermagem.

Tabela 1 – Síntese dos resultados sobre dramatização no ensino clínico descritos nos artigos incluídos na revisão da literatura. Niterói, 2010.

Referência

Nível da evidência*

Sujeito da pesquisa

Tipo do estudo & instrumentos

Principais achados

Conclusões do autor(es)

1- Ahsen NF; Batul SA; Ahmed AN; Imam SZ; Iqbal H; Shamshair K; Ali H[3]

2

Aluno de medicina

Análise das intervenções pré e pós OSCE (objective structured clinical exam)

Diferença estatisticamente significativa nas habilidades de comunicação dos alunos na avaliação pós-intervenção (p = 0.000).

Vídeos e dramatização associados ao campo clínico são técnicas de ensino efetivas sobre habilidades de aconselhamento e podem ser usadas mesmo em locais de recursos limitados setup

2- Taniguchi J; Matsui K; Araki T; Kikawa K[4], 2008, Japão

2

Residentes de medicina

Sessões de exercícios de simulação e a real coleta de sangue.

Alta satisfação com o programa de exercícios

O programa de exercícios melhorou o treinamento clínico, a segurança do paciente e a qualidade do cuidado.

3- Jacobsen T; Baerheim A; Lepp MR; Schei E[5]

2

Docentes de medicina

Oficina de treinamento em comunicação cujo modelo inclui uma atriz como paciente e os estudantes alternando o papel de médico e docente moderador. A oficina foi gravada e analisada qualitativamente.

A análise revelou 3 localizações da 4a. parede conforme movemento e mudança do papel durante a sessão de aprendizagem.

O conceito teatral “a quarta parede” pode ser um recurso adicional para o treinamento sobre comunicação.

4- Billings DM; Kowalski K; Gropelli TM[6]

2

Alunos de enfermagem

Participantes dramatizam vários papéis

Exame de preconceitos, crenças e ideologias

Participantes puderam examinar seus pensamentos e sentimentos, assim como o uso dos modelos de tomada de decisão ética.

5- Colares, M FA; Andrade, AS[7]

2

Alunos de medicina

Reuniões finalizadas com uma dramatização, cujo tema foi o ingresso no curso médico.

Compartilhamento em grupo das dificuldades da formação médica; a integração de alunos de anos diferentes; o favorecimento de vínculos positivos

A experiência foi avaliada como positiva para os estudantes.

A dramatização possibilita maior reflexão crítica sobre o desenvolvimento do papel profissional

6- Aragão, JCS et al[8]

2

Alunos de medicina

Alunos dramatizam exame ginecológico durante o ambulatório de ginecologia.

As soluções para as questões abordadas podem ser encontradas no íntimo de cada aluno que passa por uma situação de inversão de papéis com sua paciente.

A dramatização ou troca de papéis tanto no ensino médico quanto na vida profissional, certamente nos colocar no lugar de cada paciente na hora do exame. Este recurso pedagógico é um instrumento para a humanização no ensino da ginecologia

7- Ryan CA, Walshe N, Gaffney R, Shanks A, Burgoyne L, Wiskin C [9]

2

Alunos de medicina e enfermagem

Avaliação formativa imediata pelos “Educadores ‘Paciente Padrão”. Estudantes sem aproveitamento fizeram novamente o curso sobre Habilidades de Comunicação e Consulta (HCC)

Quase ¾ dos alunos de medicina e 81% dos alunos de enfermagem foram aprovados no curso sobre Habilidades de Comunicação e Consulta (HCC) tanto nas categorias de comunicação quanto na de atitudes.

Um proporção significativa de estudantes de enfermagem e medicina sem aproveitamento fizeram novamente o curso sobre HCC.

 

8- Wiecha J, Heyden R, Sternthal E, Merialdi M[10]

2

Médicos

Treinamento interativo com o Second Life (SL) sobre diabetes tipo 2. Um teste mediu a aprendizagem e a mudança na confiança e no desempenho sobre os estudos de caso. O teste avaliou sobre o ambiente virtual de aprendizagem.

Quase todos (83%)concordaram que o recurso SL é eficaz para a educação clínica.

Os mundos virtuais têm um potencial como recurso para a educação clínica continuada.

9- Pai VB, Kelley KA, Bellebaum KL [11]

2

Alunos de farmácia

Exercício em classe, com acesso online, sobre casos clínicos, recebendo imediata retroalimentação.

Três vantagens: formato similar à vida real em termos de contenção de tempo para as respostas, um ambiente colaborativo de aprendizagem e avaliação imediata.

A avaliação dos alunos melhorou significativamente com o novo formato.

A mudança de seminaries de estudo de caso para o sistema de estudo de caso online em tempo real foi bem aceita e resultou no incremento da aprendizagem, desenvolvimento do raciocínio crítico e capacidade de resolução de problema.

10- Wong RY, Saber SS, Ma I, Roberts JM[12]

 

2

Residentes de medicina

Trechos dos seriados de televisão House e Gray's Anatomy são apresentados junto com o consenso Kalamazoo sobre comunicação paciente-médico.

Pré e pós-teste favaliaram a eficácia da estratégia.

Residentes demonstraram compreensão sobre um modelo eficaz de comunicação baseado em evidência, tal como o consenso Kalamazoo. Demonstraram um aumento significativo no seu nível de conforto com a aplicação deste modelo na prática clínica.

O uso de dramas de TV para o ensino de comunicação terapêutica na prática clínica foi bem sucedido e permitiu o alcance dos objetivos propostos.

 

11- Hansen MM[13]

3

Manuscritos e sites

Ensaio

A autora discute sobre a relevância da SL, enquanto recurso de E-Learning para o ensino de alunos e profissionais. A SL é discutível e vários aspectos influenciam a sua adoção.

Conclui pela necessidade de mais pesquisas empíricas para avaliação dos resultados pedagógicos e vantagens associadas a esta tecnologia de E-Learning.

12- Chen JT, LaLopa J, Dang DK[14]

2

Alunos de farmácia

Cada aluno “tornou-se o paciente”, dramatizando a vida do paciente real com múltiplas doenças crônicas e limitações ou barreiras econômicas, culturais ou de comunicação em relação aos serviços de saúde. A Jefferson Scale of Physician Empathy (JSPE) como pré e pós-teste, um diário e um artigo de reflexão foram analisados.

Os escores do JSPE melhoraram. As anotações no diário e o artigo de reflexão revelaram 3 grandes temas: maior apreciação da dificuldade dos pacientes em aderir à terapêutica, aumento da empatia para com pacientes de origem diversa ou com limitações psicossociais, e melhor capacidade de aplicar as lições aprendidas.

O modelo Patient Empathy Modeling melhorou a empatia dos alunos em relação aos pacientes oriundos de minorias sociais.

 

13- Holdford D[15]

2

Alunos de farmácia

Bases de informação para o atendimento de clients (Service Scripts) foram desenvolvidas.

Os alunos avaliaram que os scripts de atendimento foram úteis na aceleração do novo aprendizado, mas podem ser mal utilizados por farmacêuticos e gerentes.

Pelo aperfeiçoamento dos scripts de gerência, clínica e comunicação, os estudantes podem desenvolver competências sobre a prática profissional.

* 1- evidência baseada em ensaios randomizados ou metanálise - Ação fortemente recomendada; 2- evidência baseada em estudos prospectivos não randomizados – Ação  recomendada; 3- evidência baseada em relatos de casos ou opinião de especialistas - Ação pouco recomendada.

 

Análise e interpretação:

A maioria dos estudos provém da Medicina. Em dois manuscritos, a amostra é constituída por alunos de enfermagem e em um, alunos de farmácia. Um único estudo é um ensaio sobre Second Life como recurso de dramatização escrito por uma docente de enfermagem.

Em todos os estudos, a dramatização, enquanto estratégia de ensino-aprendizagem, foi utilizada para desenvolver no aluno as seguintes habilidades:

- Comunicação terapêutica

- Tomada de decisão ética

- Empatia com pacientes culturalmente diversos

- Raciocínio clínico

- Resolução de problema

O docente que escolhe a dramatização, enquanto estratégia de aprendizagem, com base nos estudos analisados, pode-se valer de diversos e novos recursos, a saber:

- Desempenho de papéis (Role-Play) ou jogo de papéis ou dramatização: recurso de ensino pelo qual os alunos aprendem ao assumir diferentes personagens numa “cena” em relação a qual devem formar juízos de valor[16].

- Second Life (SL): é um metaverso (universo virtual) no qual todos os usuários cadastrados podem participar criando avatares (representações visuais de usuários ou "residentes"), construindo objetos e interagindo com outros "residentes" do mundo tridimensional[17]. Enquanto recurso de ensino-aprendizagem possibilita o ensino socialmente interativo.

- Ator Paciente: o estudante se defronta com pacientes atores em diferentes contextos e realiza sua tarefa enquanto outro estudante permanece como observador crítico, sem interferir na ação do colega, e o docente  atua como observador e avaliador[18].

- Estudo de caso clínico online: programas de informática têm sido desenvolvidos  com o objetivo de auxiliar no treinamento da tomada de decisão através da simulação de casos clínicos. Um exemplo é o MedCase (http://www.pucrs.br/famed/medcase/ )

- Trecho de série ou filme de televisão/cinema: mais do que um recurso ou objeto de aprendizagem, o filme ou série de televisão (TV) é um veículo das representações sociais e do imaginário social e, esta é uma das razões que justificam seu uso no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula ou no ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Outra razão, é seu poder ajudar a melhorar a percepção do aluno para observar e e ouvir melhor a história que está sendo apresentada.

- Vídeo (latim eu vejo): gravação de imagens em movimento em fitas (analógicas ou digitais) ou outras mídias (DVDs). O vídeo pode ser objeto de aprendizagem para ser utilizado em sala de aula de modo a complementar e apoiar o processo de ensino-aprendizagem. Atualmente, alguns programas permitem a produção de vídeos interativos de alta qualidade e de baixa largura de banda na web o que torna mais atraente a utilização de vídeo no ou no AVA para a Educação a Distância (EAD).

- Roteiro (script) de atendimento ao paciente: é uma conversação pré-escrita que orienta a ação do profissional em relação ao cliente. Recurso muito utilizado pelo telemarketing. No ensino clínico em enfermagem, e mais especificamente quanto ao desenvolvimento das habilidades de comunicação terapêutica, este recurso pode ser para o aprendizado sobre a forma de perguntas potencialmente embaraçosas para o paciente. Segue um exemplo:

A aluna de enfermagem precisa preencher no histórico de enfermagem a informação cor/raça do paciente.

Ainda que haja razões técnicas e científicas para a coleta desta informação, o/a paciente pode questionar a razão ou recusar-se a responder.

Um “Eu Posso? - roteiro de atendimento ao paciente”[19] é então proposto para ajudar a aluna expressar a pergunta incluindo dois elementos:

1- a solicitação da informação e

2- o pedido de permissão para obter esta informação especificamente (explicação/empatia).

Assim, antes de solicitar diretamente a  auto-declaração do/a paciente sobre cor/raça, a aluna pergunta:

- “Eu posso registrar a informação que indica sua cor ou raça?”

Ao inserir na pergunta um pedido implícito de permissão, o/a paciente provavelmente ficará menos resistente ou defensivo.

No que se refere ao planejamento da atividade de ensino, os estudos analisados permitiram identificar, em linhas gerais, as seguintes etapas:

1 - Planejamento da dramatização quando se elabora uma situação clínica que fomente a aprendizagem selecionada, como por exemplo, raciocínio clínico ou comunicação terapêutica.

2- Designação dos papéis para os atores, assim como o grupo de observação, se necessário

3- Explicação da atividade

4- Preparação por parte dos alunos ou atores para a cena

5- Representação da cena e registro das observações

6- Análise e discussão sobre a cena.

7- Síntese da experiência

 

Quanto à eficácia da dramatização, resultado foi avaliado na maioria dos estudos por meio da realização de pré e pós-testes. Cabe ressaltar, o uso de um diário do aluno e de um artigo de reflexão sobre a vivência do papel do paciente como instrumentos de avaliação da aprendizagem.

Nos estudos analisados, os autores em sua maioria concluíram que a dramatização propiciou em maior ou menor grau o desenvolvimento da competência profissional sobre a avaliação/evolução das dimensões físicas, psicológicas, sociais/culturais do paciente, reconhecendo a dignidade, cultura, valores, crenças e direitos das pessoas ou grupos e demonstrando respeito.

Estratégias para mudanças:

Atualmente, o ensino clínico de enfermagem repousa, principalmente, na prática direta com o paciente, independente do risco intrínseco a este tipo experiência.

Embora a dramatização seja uma estratégia disponível para a docente, ela pode ser percebida como uma inovação, tendo em vista o leque de recursos que as tecnologias de comunicação e informação (TICs) oferecem. E as inovações precisam de tempo para serem aprendidas e se entender como podem ser utilizadas.

Próximos passos:

A realização desta busca de evidências sobre a dramatização me ensinou que este recurso de ensino possui diversos e interessantes formatos, como o script de atendimento, por exemplo. Os recursos visuais tridimensionais baseados na web constituem uma nova fronteira de aprendizado nesta área.

Assim, além da dramatização ser um recurso voltado para o desenvolvimento no aluno das habilidades afetivas e de comunicação, principalmente, com as TICs a dramatização pode ajudar a docente de enfermagem no ensino das habilidades de raciocínio crítico e resolução de problemas sob contingenciamento de tempo.

Conclusões

A presente revisão integrativa sobre a dramatização mostrou que ela é um recurso valioso e altamente eficaz para o ensino das habilidades de comunicação terapêutica. A convergência dos estudos, de nível 2 de evidência, quanto à técnica e os instrumentos de avaliação da atividade permite a recomendação deste recurso para o ensino clínico das habilidades de comunicação terapêutica e tomada de decisão clínica. Na área de enfermagem, especificamente, são necessários estudos sobre o tema.

Resposta Baseada em Evidência Científica

Qual é a eficácia dramatização, enquanto técnica de ensino clínico para a aprendizagem sobre o cuidado do paciente?

A dramatização é uma estratégia eficaz para o ensino clínico, podendo ser utilizada pelas docentes de enfermagem, tanto no ensino presencial quanto no ensino a distância baseado na web,  como:

- recurso de escolha para o ensino sobre as habilidades de comunicação terapêutica

- recurso para o desenvolvimento de empatia nos alunos quanto aos pacientes culturalmente diversos.

- recurso para desenvolvimento no aluno do raciocínio crítico e da tomada de decisão sobre o cuidado do paciente.

Limitações do estudo

O uso exclusivo dos descritores/keywords DeCS e MeSH para localizar os artigos pode ser considerado, seguramente, uma limitação, assim como a como a inclusão apenas de estudos acessados na íntegra e gratuitamente por meio eletrônico.

Por exemplo, o estudo de Schatkoski et al [20] sobre hipertexto, jogos e simulação não foi localizado. Todavia, é uma pesquisa de coorte, nível 2, na área de enfermagem sobre o tema em questão, na qual os autores concluíram que o hipertexto, o jogo educativo e a simulação sobre oxigenoterapia obtiveram avaliações positivas dos alunos, mas que os mesmos apresentam dificuldades, falta de familiaridade  com os recursos computacionais.

Referências Bibliográficas

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[17] Second Life Educação: http://www.sleducacao.com.br/secondlife.php

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[19] Custome Service Zone. http://customerservicezone.com/phrases/index.htm

[20] Schatkoski A.Catalan V.da-Silva A.Alves R.Pedro E.Cogo A. Hypertext, educational game, and simulation concerning oxygen therapy and their use by nursing students. An exploratory study Online Brazilian Journal of Nursing [serial on the Internet]. 2007 January 20; [Cited 2010 May 3]; 6(0). Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/636