Edmar Jorge Feijó1 Claudia Mara de Melo Tavares2
1 RN, MsC Student, Professional Master in Nursing Program. School of Nursing, Federal Fluminense University, RJ Brazil E-mail: enflife@gmail.com; 2RN, PhD, Teacher of Professional Master in Nursing Program. School of Nursing, Federal Fluminense University, RJ Brazil E-mail: claumara@vr.microlink.com.br
ABSTRACT: The present study deals with distance education in undergraduate nursing in Rio de Janeiro, whose general objective is to analyze the experiences in distance learning in undergraduate nursing in light of the sociocultural approach of mediated action. And the specific objectives are to map the experiences of distance education in undergraduate courses in nursing, to identify the educational models included in the proposals for distance learning and discuss the use of it in nursing education, analyzing the structural markers, limits and possibilities. There will be a documentary study of a quantitative and qualitative, grounded on the Institute of Studies and Research Anísio Teixeira, will be located where the higher education institutions that have degree in nursing accreditation in distance mode.
Key-words: Distance Education; Educational Models; Nursing Teaching.
RESUMO: O presente estudo trata a educação a distância no ensino de graduação em enfermagem no Estado do Rio de Janeiro, cujo objetivo geral é analisar as experiências em educação a distância (EAD) na graduação em enfermagem à luz da abordagem sociocultural da ação mediada. E os objetivos específicos são mapear as experiências de EAD nos cursos de graduação em enfermagem; identificar os modelos educacionais inscritos nas propostas de EAD e discutir o uso da mesma no ensino de enfermagem, analisando seus marcos estruturais, limites e possibilidades. Será realizado um estudo documental de natureza quanti-qualitativa, embasada na página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira, onde serão localizadas as Instituições de Ensino Superior que possuem graduação em enfermagem com credenciamento na modalidade a distância.
Palavras-Chave: Educação a Distância, Modelos Educacionais, Educação em Enfermagem.
SITUAÇÃO PROBLEMA
O cenário do século XXI, em função principalmente da evolução informática e seus desdobramentos sociais, demanda uma revisão das políticas públicas no campo da educação tanto do ponto de vista da universalização do ensino quanto de sua qualidade. Em uma sociedade em que produzir e consumir informações e bens culturais depende, em grande medida, do acesso e da proficiência em tecnologias da informação e da comunicação em suas diversas facetas é natural, e mesmo desejável, que os sistemas educativos façam também uma revisão de seus modelos, pressupostos e procedimentos. De acordo com Belloni(1), a educação a distância (EAD) é parte de um processo de inovação educacional mais amplo que se caracteriza pela integração de novas tecnologias de informação e comunicação (TIC).
Vários são os aspectos nos quais a educação e as tecnologias se apresentam para gerar novidades que podem contribuir com o que se entende por “qualidade na educação” (2). No campo da educação, as TIC têm sido a grande base para modalidades educacionais e interfaces já difundidas e conhecidas como: e-learning, comunidades virtuais de aprendizagem, objetos de aprendizagem, recursos de acompanhamento e avaliação, recursos de publicação e de autoria para alunos e professores, divulgação de estudos e textos científicos e didáticos, livre circulação de informação. Para Nunes(3), as primeiras abordagens conceituais qualificavam educação à distância “pelo que ela não era” já que faziam uma comparação imediata da EAD com a educação presencial, também chamada de educação convencional.
Os processos de ensino de toda a formação superior privilegiam a educação direta ou face-a-face, onde o professor presente em sala de aula é a figura central. No que se refere ao ensino da enfermagem, percebe-se um avanço tecnológico ainda tímido, onde o aluno “precisa” aprender com o professor e este “deve verificar in loco” como, quanto e de que forma o discente aplica o que aprendeu.
A EAD é uma modalidade educacional que permite ao aluno a administração de seu tempo e a prática de sua autonomia para desenvolver aquilo que lhe é proposto, no período temporal que considerar ideal para si. Bordenave(4) afirma que, além dessas possibilidades, o aluno também pode trocar conhecimento com seus pares, diálogos com seus professores e acumulação de um maior número de informações acessíveis, respeitando-se as limitações temporais impostas pelos cursos.
As TIC, ao mesmo tempo em que inserem grandes potencialidades de criação de novas formas mais performáticas de mediatização, proporcionam maior complexidade a mediatização ao processo ensino/aprendizagem. Características como simulação, virtualidade, acessibilidade à superabundância e extrema diversidade de informações trazidas para a prática pedagógica pelas TIC são totalmente novas e demandam concepções metodológicas muito diferentes daquelas das metodologias tradicionais de ensino, baseadas num discurso científico linear, cartesiano e positivista. Sua utilização com fins educativos exige mudanças radicais nos modos de compreender o ensino e a didática(5).
Alguns cursos de enfermagem começaram a oferecer a educação on line, o fizeram com base nas contribuições que as TIC trouxeram ao cenário educacional e também por incentivo da Portaria de nº 2.253, de 18 de outubro de 2001, publicada pelo Diário Oficial da União em 19 de outubro de 2001, que, no artigo 1º, autoriza as instituições de ensino superior a introduzir na organização pedagógica e curricular dos seus cursos reconhecidos, a oferta de 20% de disciplinas utilizando-se do método semipresencial.
OBJETIVOS
O objetivo geral é analisar as experiências em educação a distância (EAD) na graduação em enfermagem à luz da abordagem sociocultural da ação mediada. E os objetivos específicos são mapear as experiências de EAD nos cursos de graduação em enfermagem; identificar os modelos educacionais inscritos nas propostas de EAD e discutir o uso da mesma no ensino de enfermagem, analisando seus marcos estruturais, limites e possibilidades.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa documental de natureza quanti-qualitativa, realizada a partir da página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira (INEP), onde serão localizadas as Instituições de Ensino Superior (IES) que possuam graduação em enfermagem com credenciamento na modalidade à distância, período de julho de 2009 a fevereiro de 2010.
Os dados inicialmente coletados possibilitarão construir um quadro comparativo/analítico das experiências existentes com ensino de enfermagem na modalidade EAD.
Posteriormente será realizada análise estatística descritiva simples e categorização dos dados por modalidade de ensino, utilizando-se freqüência simples para descrever os achados referentes aos seguintes dados: natureza da universidade, disciplinas oferecidas, tempo que oferece a disciplina, estratégias educativas utilizadas, processo avaliativo, principais limitações. Os dados serão analisados segundo o referencial teórico e apresentados em forma de gráficos, tabelas e quadros analíticos.
Os dados de natureza qualitativa serão analisados à luz da abordagem sociocultural da ação mediada, através da análise do conteúdo(6) .
Este estudo pretende contribuir para a produção do conhecimento a ser utilizado na gestão do ensino e a assistência de enfermagem.
REFERÊNCIAS
[1] Belloni ML. Ensaio sobre Educação à Distância no Brasil. Educação & Sociedade, vol. 23, n. 78. Campinas, 2002.
[2] Cruz I. Learning evaluation in education online – evidenced based practice. Online Brazilian Journal of Nursing. OBJN 2009; 8 (2). Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/j.1676-4285.2009.2399/481
[3] Nunes IB. Noções de educação a distância. On Line. Disponível em http://www.ibase.organização.br/~ined/ivonio1.html. [acessado em 20 de maio de 2009]
[4] Bordenave JD. Pode a educação a distancia ajudar a resolver os problemas educacionais no Brasil? Rev. Tecnol. Educ., V. 17. nº 80/81, Rio de Janeiro, 1988, p. 31-36.
[5] Belloni ML. O que é Mídia e Educação. Autores Associados. Campinas, 2001.
[6] Bardin, L. Análise de conteúdo. Edições 70. Lisboa, 2004.