Actions of mental health in the Health Family Strategy

Ações de saúde mental na Estratégia Saúde da Família

 Fernanda Barreto Mielke1, Agnes Olschowsky1

1Universidade Federal do Rio Grande do Sul

 

Situação problema e sua significância: Com o movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, o modo psicossocial de atenção à saúde mental tem substituído o modo asilar de tratamento, objetivando a subjetividade da pessoa que sofre com transtorno mental, singularizando sua existência. Este modo de atenção também prevê a territorialização do cuidado, ou seja, a pessoa sendo atendida em sua comunidade(1). A partir disso, muitos serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico, abertos e de base territorial, têm sido organizados para o atendimento em saúde mental. Dentre os dispositivos que utilizam o espaço do território como meio terapêutico, a atenção básica, especialmente a partir da Estratégia Saúde da Família (ESF), ganha destaque, pois o habitat privilegiado para o tratamento de pessoas com qualquer transtorno mental ou social é o bairro, as famílias e as comunidades bem como as unidades de saúde presentes nesses territórios(2).

Apesar da escassez de cuidados em saúde mental na atenção básica(3), a inclusão das ações de saúde mental na ESF vem ocorrendo de maneira lenta e gradual, e experiências tem mostrado várias possibilidades positivas dessa inclusão(4), apontando para ações que englobam o acolhimento, interdisciplinaridade, escuta, vínculo, grupos terapêuticos, fornecimento de medicação, entre outros.

Com esse estudo buscamos fortalecer a importante interlocução entre saúde mental e atenção básica, para que a reinserção social dos usuários da saúde mental seja mais efetiva e conte com a participação da família e da comunidade, que também fazem parte deste processo de reabilitação psicossocial.

Objetivos:

Geral: Avaliar as ações de saúde mental na ESF, a partir da equipe de profissionais no processo avaliativo.

Específicos: - Identificar estratégias da equipe para a implementação de ações de saúde mental na ESF. - Proporcionar subsídios, a partir da equipe de profissionais, para a expansão e consolidação da atenção em saúde mental na ESF.

Questão norteadora: Quais suas dificuldades e facilidades para realizar o atendimento em saúde mental nesta unidade de saúde da família?

Metodologia: Pesquisa qualitativa tipo estudo de caso, utilizando a Avaliação de Quarta Geração(5), metodologia construtivista responsiva, que propõe um modo responsivo de focar e um modo construtivista de fazer. Está sendo realizada em uma unidade de saúde da família, tendo como sujeitos do estudo a equipe de profissionais. Os métodos utilizados para coleta de dados são observação e entrevista individual, a partir da utilização do Círculo Hermenêutico-Dialético. A análise de dados será realizada de acordo com o Método Comparativo Constante, envolvendo a identificação das unidades de informação e a categorização. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob o número 2007817/ 2007.


Bibliografia de referência

1 Costa-Rosa A. O modo psicossocial: um paradigma das práticas substitutivas ao modo asilar. In: Amarante P, editor. Ensaios – subjetividade, saúde mental, sociedade. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2000. p.141-168.

2 Lancetti A, Amarante P. Saúde mental e saúde coletiva. In: Campos GWS et al, editors. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Fiocruz; 2006. p.615-634.

3 Medeiros EN, Ferreira Filha MO, Vianna RPT. Epidemiology of mental health and insanity: a review of literature. Online Braz J Nurs (Online), 2006; 5(1). Available from: http://www.uff.br/objnursing/index.php/nursing/article/view/138/39.

4 Lancetti A. Saúde Loucura: saúde mental e saúde da família. São Paulo: Hucitec; 2002.

5 Guba E, Lincoln Y. Fourth Generation Evaluation. Newbury Park: Sage Publications; 1989.

 

Dados do projeto:

Projeto de dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, aprovado em 26/11/2007
pela banca composta por: Profa. Dra. Luciane Prado Kantorski, Profa. Dra. Christine Wetzel e Prof. Dr. Jacó Fernando Schneider.

Aprovação: Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob o número 2007817/ 2007.

Apoio financeiro à pesquisa: CAPES (Bolsa de Mestrado)

Endereço para correspondência: Rua Cel. Fernando Machado, 984 apto. 1704. Centro. Porto Alegre/ RS. CEP: 90010-320. fbmielke@gmail.com e agnes@portoweb.com.br.