Isabel Cruz, RN, PhD. OBJN Editor

picture by Paulinho Ganaê


Caring for people during mass casualty – the dengue case in Rio de Janeiro, Brazil

Cuidando das pessoas em situações de calamidade pública: o caso da dengue no Rio de Janeiro, Brasil. 

Isabel CF da Cruz
MPEA/UFF, RJ, Brazil

 Abstract: Although the nurse’s role during a disaster, or a epidemy as dengue, may vary, the nursing care focuses on essential care from a perspective of what is best for all patients. Triage is pointed out as one of the tasks that the nurse can manage with success. 

Key words: dengue, triage; nursing

Resumo: Embora o papel da enfermeira em situações de desastre, ou de epidemia como a dengue, possa variar, o cuidado de enfermagem focaliza o cuidado essencial a partir da perspectiva do que é melhor para o maior número de pacientes. A triagem é indicada como uma das tarefas que a enfermeira pode gerenciar com sucesso.

Palavras-chave: dengue; triagem; enfermagem 

 

Em muitos países que vivem sob constante ameaça de terrorismo, acidente nuclear ou guerras, ou naqueles em que fenômenos naturais como terremotos e tornados são muito frequentes, as enfermeiras e demais profissionais de saúde são capacitados desde a graduação a atender muitos pacientes em situação de emergência com base em conhecimentos teóricos estruturados para acidentes e desastres em massa. 

Não que o Brasil esteja livre de calamidades e fenômenos naturais que causem risco de morte à população, mas causa espanto nosso despreparo e imobilismo (me incluo pois sou enfermeira e professora de enfermagem) diante de um problema de saúde que atinge uma massa populacional.Idealmente, deveríamos planejar com antecedência para acidentes em massa. No nível local, estadual e federal. Mas, em alguns momentos, me parece que a nossa cultura de colocar “tranca depois da porta arrombada” é mais forte do que toda a construção científica que a humanidade acumulou até o momento para se prevenir de catástrofes.

Mas, se o incidente em massa acontece, precisamos ser ágeis para neutralizar suas consequências e impedir seu avanço. No caso da epidemia da dengue que acomete a região metropolitana do Rio de Janeiro, salvo melhor avaliação, considero que a aplicação das estratégias operacionais estruturadas para incidentes em massa pode ser muito eficaz na atenção que a enfermeira deve prestar a sua clientela nas Unidades Básicas ou nas Unidades de Emergência. Na sua Unidade, a enfermeira pode criar ou se reportar (caso tenha sido criado) a um Comitê de Comando do Incidente (neste caso, a dengue). Este Comitê coordena os profissionais, as unidades, os equipamentos e a comunicação em qualquer situação de emergência. É o centro organizador de todo o processo. Em especial dos componentes do plano de emergência.

Uma vez que o incidente está em andamento, algumas etapas de um plano clássico de emergência não fazem mais sentido. Porém, mesmo em crise, o planejamento é mais do que nunca necessário. Não se pode prescidir de um plano interno/externo de comunicação e, principalmente, de um plano de coordenação do cuidado do paciente (cuidados na Unidade, cuidados externos, transferências, etc). Numa situação de calamidade, é fundamental que se estabeleça um planejamento para o gerenciamento das pessoas que chegam à Unidade e o fluxo de tráfego. Desinformação, estresse e violência contra os profissionais podem ser prevenidos com um plano desta natureza. Há ainda outros componentes em um plano de operações de emergência. Porém, como a situação é de emergência, considero importante destacar a implementação de uma aspecto fundamental da teoria do cuidado para incidente em massa: a triagem dos pacientes pela enfermeira.

A triagem é um componente fundamental no gereciamento de calamidades. Mais do que a identificação e documentação das informações do paciente, a triagem pela enfermeira permite a determinação da prioridade das necessidades de atendimento (vermelho, amarelo e verde, por exemplo) e o local adequado para o tratamento que, no caso da dengue, pode (e deve) iniciar ainda no espaço da pré-consulta com a hidratação oral (conforme protocolo do Ministério da Saúde para o tratamento da dengue) e continuar no domicílio sob vigilânica do familiar.

Por meio da triagem, a enfermeira deve identificar os pacientes que têm alta prioridade e para estes aloca os recursos disponíveis, sem contudo, se afastar do princípio máximo que orienta o serviço de triagem: o maior benefício para o maior número de pessoas.

Cabe ressaltar que embora a triagem deva ser feita com os pacientes suspeitos de dengue, a família também deve ser objeto da atenção da enfermeira. Informação é o melhor remédio para tratar o medo e a ansiedade vividos pelos familiares. Igualmente, deve ser oferecido um espaço digno de espera enquanto aguarda o tratamento de seu parente.Tanto na triagem quanto no cuidado direto do paciente com um distúrbio como a dengue, a enfermeira tem um serviço de qualidade a oferecer: preservação da vida.

Infelizmente, no Estado do Rio de Janeiro, com várias faculdades de enfermagem, com um sem número de enfermeiras(os), as instituições de saúde (públicas e particulares, com honrosas e raras exceções) ainda se estruturam com base no velho modelo de uma única enfermeira “gerente” (ou com responsabilidade técnica)e, salvo melhor juízo, não encontram resistência por parte do Conselho de Enfermagem.

Tomada de decisão é uma competência que distingue o profissional. Porém, distingue muito mais a instituição que o contrata.

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He used the iron to create the instruments that help people to work for a better life and to build a better world. He is with us since the beginning.I pray to him to be with us always. Ogunhê!

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7 years...Thank you all!
Imagem:
http://www.pallaseditora.com.br/ Bianca Earp