Theoretical-methodological aspects of social representations and their use in nursing
Aspectos teórico-metodológicos das representações sociais e seu uso na enfermagem
Los aspectos teórico-metodológicos de las representaciones sociales y su utilización en la enfermería
Maria Itayra Coelho de Souza Padilha1, Denise Maria Guerreiro Vieira da Silva1, Maria Seloi Coelho1.
1Universidade Federal de Santa Catarina, SC, Brasil.
Abstract: The theoretical reflection presents the Theory of Social Representations (SR) as a theoretical-methodological possibility for nursing and health care studies. It reviews historical and conceptual aspects of the theory since Moscovici, including discussions about the consensual and reiterated universe. It highlights the formative processes of SRs, which includes the anchoring, objectifying, and applicability of representations as a research method, specifying composition indications of group sampling, collection, and analysis of data. It presents the dissertations and theses of three post-graduate nursing programs that utilize SR as a theoretical-methodological reference. The SRs make possible knowledge construction that attempts to offer meaning to the world, based on comprehension of day-to-day interaction. This evidences its importance as a research approach for health care and, more specifically, nursing.
Keywords: research, nursing research, education.
Resumo: A reflexão teórica apresenta a Teoria das Representações Sociais (RS) como possibilidade teórico-metodológica para estudos em enfermagem e saúde. Resgata aspectos históricos e conceituais da Teoria a partir de Moscovici, incluindo discussões acerca do universo consensual e reificado. Dá destaque aos processos formadores das RS que inclui a ancoragem e a objetificação e a aplicabilidade das representações como método de pesquisa, especificando indicações de composição de grupo amostral, coleta e análise de dados. Apresenta quadro das teses e dissertações de três programas de pós-graduação em enfermagem que utilizaram as RS como referencial teórico metodológico. As RS possibilitam a construção de conhecimento que tem como propósito dar significado ao mundo, a partir da compreensão das interações sobre o cotidiano, o que evidencia sua importância como abordagem em pesquisas na área da saúde e mais especificamente na enfermagem.
Palavras-chave: pesquisa, pesquisa em enfermagem, educação.
Resumen: El reflexión teórica presenta la Teoría de las Representaciones Sociales (RS) como una posibilidad teórico-metodológica para los estudios en la Enfermería y la Salud. Rescata los aspectos históricos y conceptuales de la Teoría a partir de Moscovici, incluyendo las discusiones sobre el universo consensual y recficado. Destacando los procesos formadores de las RS que incluyen el argumento y la objetivación y, la aplicabilidad de las representaciones como un método de investigación, especificando, las indicaciones que conforman la muestra, la colecta y el análisis de los datos. Presentan el cuadro de las tesis y las disertaciones de tres Programas de Postgrado en Enfermería las cuales utilizaron las RS como el referencial teórico-metodológico. Las RS proporcionan la construcción del conocimiento el que tiene como propósito dar significado al mundo, mediante la comprensión de las interacciones sobre el cotidiano, demostrando así, la importancia y relevancia como un abordaje en las investigaciones del área de la salud y particularmente, en la Enfermería.
Palabras-clave: investigacion, investigacion en enfermería, educación
Considerações Iniciais
A idéia de escrever um texto sobre a teoria das Representações Sociais enquanto referencial teórico metodológico para pesquisas em enfermagem e saúde se justifica por entendermos que esta se constitui uma possibilidade, um saber prático, um campo de investigação vivo e orientado para as interrogações da sociedade moderna, colocando o investigador como parte do processo de pesquisa e onde a historicidade e as relações sociais condicionam as representações. Prova disto é que especialmente a partir da década de noventa com o desenvolvimento da Pós-graduação, foi inegável a ampliação da produção científica na área de enfermagem, tanto do ponto de vista de dissertações e teses, como da realização de pesquisas e suas publicações em periódicos e livros.
O referencial teórico das Representações Sociais vem sendo uma referência de destaque nesta produção do conhecimento em enfermagem e saúde, entendendo que as representações expressam um modo de vida, de entendimento, mesclando conhecimentos e sentimentos, o que para a área de enfermagem e saúde é essencial, na medida em que o processo de cuidar do outro de um modo mais completo, implica em compreende-lo como parte de um processo histórico, social, e cultural.
A Teoria das Representações Sociais (TRS) pode ser aplicada a inúmeras temáticas e especialidades dentro da área da saúde, contanto que se pretenda desvelar os processos que ocorrem na sustentação de determinadas práticas sociais1. A TRS continua tendo grande aplicabilidade no âmbito da Psicologia Social e mais recentemente da Psicologia da Saúde, pois ao possibilitar um referencial teórico-metodológico para a investigação de fenômenos que implicam em uma complexidade psicossocial, tem favorecido a compreensão destes processos. Fenômenos como a maternidade, a religiosidade, as relações de cura, de desenvolvimento e aprendizagem, da loucura, das instituições de tratamento, dos modos de conviver com a doença, dentre outros estão sendo abordados a partir das Representações Sociais. Assim ressaltamos que o conhecimento produzido pelas Representações Sociais, mesmo refletindo o conhecimento cotidiano, o senso comum, nos permite redimensionar este conhecimento (o conceito já estabelecido) para reinterpretar e replanejar nossas ações na prática, pois os conhecimentos tanto quanto seus significados, são relativos aos horizontes históricos nos quais são interpretados2.
Este estudo tem por objetivo apresentar a Teoria das Representações Sociais como uma possibilidade teórico metodológica para as pesquisas em enfermagem, assim como, apontar estudos que utilizaram este referencial nas suas propostas.
A teoria e sua história
A Teoria das Representações Sociais (TRS) surge e passa a ser conhecida com Serge Moscovici em 1961, através de sua obra: “La Psychanalyse, son image et son public”3, onde o autor estava interessado em observar como um novo campo de conhecimento como a psicanálise se espalhava em uma determinada comunidade. Esta obra inaugurou um novo campo na psicologia social, lançando algumas problemáticas: Como é que o homem constrói a realidade? Como é que o conhecimento científico é consumido, transformado e utilizado pelo homem comum? 4 - 5.
Serge Moscovici constrói a TRS em um ambiente sócio-político posterior a Segunda Guerra Mundial, quando as ciências humanas e sociais eram chamadas para explicar e resolver o conflito central da época, entre a sociedade e os indivíduos. Buscavam-se teorias e técnicas para melhor conhecer, entender e controlar os comportamentos. O individualismo tornava-se a ideologia do ocidente em contraposição ao coletivismo do oriente6. Nesta época, a Psicologia Social de influência norte-americana ainda tinha a hegemonia nas produções teóricas e, Moscovici representou o início de uma reação européia a esta Psicologia Social, de natureza individualizante. Esta cisão entre uma psicologia social sociológica e psicológica, marcou a história desta disciplina até hoje. Buscou fundamentação, para sua teoria, na Sociologia Clássica: Marx, Weber e principalmente Durkheim, do qual resgatou o conceito de representações coletivas, mas foi adiante, no sentido de entender as representações não apenas como fatos observáveis, mas como fenômenos sociais, e não como conceitos, como propunha Durkheim7.
Enquanto que as representações coletivas, de acordo com a concepção clássica, são um termo explanatório que designa uma classe geral de conhecimentos e crenças (ciência, mitos, religião, dentre outros), do ponto de vista de Moscovici as representações constituem um fenômeno que precisa ser descrito e explicado3. Elas são essenciais para que se compreenda a cognição social. As representações são fenômenos que estão ligados com uma forma especial de se adquirir e comunicar conhecimento, uma forma que cria realidades e senso comum. Moscovici substitui o termo “coletivas” de Durkheim por “sociais”, para enfatizar esta diferença.
O conceito de Representações Sociais (RS)
Com a evolução histórica do processo de RS, percebemos que o entendimento sobre o seu significado, difere em alguns momentos, dependendo da abordagem teórica utilizada. Adotamos o referencial proposto por Serge Moscovici, que é o autor apontado como o precursor da teoria em tempos modernos, ao colocar a complexidade da noção de representação social, porém sem apresentar uma definição precisa, para não resultar num reducionismo conceitual. Desta forma, o entendimento de RS passa por vários outros conceitos que se interrelacionam, sendo que apresentamos algumas definições, com objetivo de facilitar o processo didático, que é a finalidade deste texto. “Por representações sociais, entendemos um conjunto de conceitos, proposições e explicações originado na vida cotidiana no curso de comunicações interpessoais. Elas são o equivalente, em nossa sociedade, aos mitos e sistemas de crenças das sociedades tradicionais, podem também ser vistas como a versão contemporânea do senso comum”3:46.
Representação social é uma forma de conhecimento socialmente elaborada e partilhada, que tem um objetivo prático e concorre para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. Este enfoque também pode ser entendido como uma atividade de construção do real e que se efetua a partir da informação que a pessoa recebe através de suas percepções e sensações, de seus sentidos8.
Pode ser definida também como uma forma de organização psicossociológica, um novo modo de conhecimento que é particular e que se expressa como uma maneira de conhecer e comunicar-se com o mundo; é uma nova forma de abstrair o sentido real das coisas9.
O conjunto das representações sociais envolve noções de procedência psicológica (imagem e pensamento) e também sociológica (cultura e ideologia). Assim o conceito de RS aponta para uma realidade que articula um conjunto de elementos tais como, inserções sociais, processos cognitivos, afetividade, valores sociais e ideologias. Assim, toda representação é representação de alguma coisa e não a coisa em si mesma, ou seja, um artista ao interpretar um papel, ele lhe dá uma característica que lhe é peculiar, está representando um personagem (com a sua experiência de vida que não é a mesma de outro) que não é ele mesmo.
As RS, portanto, caracterizam-se como um conhecimento diferente, particular, que tem como propósito dar significado ao mundo, a partir da compreensão das interações sociais cotidianas.
Universos de pensamento das Representações Sociais
As RS são compostas por dois universos de pensamento: o consensual e o reificado.
O universo consensual é de domínio do indivíduo e do coletivo e caracteriza-se na vida cotidiana. É o lugar onde as representações sociais são produzidas, o conhecimento é espontâneo, sendo o indivíduo livre para elaborar suas opiniões e respostas sobre as noções apreendidas e compartilhadas na escola, em casa, na rua ou pela mídia5. O universo reificado é definido no espaço científico retratando a realidade independente de nossa consciência, onde há o certo e o errado, o verdadeiro e o falso, o autorizado e o não autorizado, o qualificado e o não qualificado. Há papéis e categorias determinadas de acordo com os contextos apresentados, exemplo: doença mental, qualidade de vida.
Deste modo, a ciência traduz-se no conhecimento presente no universo reificado e no universo consensual. Porém, enquanto o primeiro tenta construir um mapa de forças, objetos e eventos que não são afetados pelos nossos desejos e consciência, o último estimula e dá forma a nossa consciência coletiva, explicando coisas e eventos de tal forma que sejam acessíveis a cada um de nós e relevantes aos nossos interesses.
Cada representação tende a tornar uma coisa desconhecida, ou não familiar em geral, em algo familiar. Universos consensuais são universos onde cada um de nós busca se sentir “em casa”, protegido das áreas de discordância e da incompatibilidade. Como resultado, a memória tende a predominar sobre a lógica, o passado sobre o presente, a resposta sobre o estímulo e a imagem sobre a “realidade”3. Nossa confiança no familiar como o ponto de referência preferido é um fenômeno universal. Este conhecimento também é útil para nós como um critério para julgar o desconhecido, o anormal, etc.
Processos Formadores das Representações Sociais
A representação é o produto e o processo de uma atividade de construção mental do real pelo aparelho psíquico humano. Esta construção do real se efetua a partir das informações que o sujeito recebe dos seus sentidos, daquilo que recolheu ao longo de sua história e que fica na sua memória e do que lhe vem das relações com outros indivíduos ou grupos. Essas informações são categorizadas num sistema cognitivo, global e coerente, em graus variados que permitem fazer do mundo - ou de um aspecto do mundo - uma organização tal que ele possa compreendê-lo, agir sobre ele, se adaptar ou se evadir. Esta atividade de construção mental do real se efetiva seguindo as modalidades psicológicas e socialmente determinadas e interdependentes10.
A noção de RS recobre o sistema cognitivo e simbólico que constitui o conjunto de conhecimentos, crenças, imagens, significados, opiniões e outros, relativos a um objeto circunscrito na realidade social, conjunto caracterizado por seus conteúdos, sua estrutura e seu funcionamento. Os diversos trabalhos relativos às representações sociais mostram que elas operam enquanto modo de conhecimento, sistemas de interpretação e de constituição do real como quadros de orientação prática.
A RS tem uma estrutura de dupla natureza – conceptual e figurativa, pois é considerada como “um processo que torna o conceito e a percepção de algum modo intercombináveis, visto que se engendram reciprocamente”11:55. Assim, a estrutura de cada representação tem duas faces tão pouco dissociáveis quanto a frente o verso de uma folha de papel: a face figurativa e a face simbólica, percebendo-se desta forma em toda figura um sentido e em todo sentido uma figura.
Para a representação, toda imagem tem um sentido e todo sentido tem uma imagem. A Representação Social emerge da fusão do percebido/conceito e do seu caráter imaginário, por comportar os aspectos: significante, criativo e autônomo. O aspecto significante ocorre mediante atos e palavras que tornam presente o não visível. O aspecto criativo acontece a partir do processo de construção – o qual se comporta possuidor de autonomia e de uma criação individual e coletiva, próprio da representação, por não constituir-se apenas de uma simples reprodução12.
A duplicação de uma figura por um sentido, pela qual se fornece um contexto inteligível (cognitivo) ao objeto, é cumprida pelo processo de Ancoragem (face simbólica). A duplicação de um sentido por uma figura, pela qual se dá materialidade a um objeto abstrato, é cumprida pelo processo de Objetificação (face figurativa). Moscovici demonstrou que as RS são modalidades de conhecimento que se articulam no dia-a-dia, de acordo com dois processos formadores fundamentais: a objetificação e a ancoragem3, os quais detalhamos abaixo:
Ancoragem: permite que algo desconhecido e inquietante, que incita a nossa curiosidade, seja incorporado a nossa própria rede de categorias e nos permite compara-la com o que nós consideramos um membro típico desta categoria. São as simbolizações ou percepções colhidas a partir dos relatos verbais ou escritos, sobre os conhecimentos à respeito do fenômeno ou objeto. A ANCORAGEM: mostra o trabalho social sobre o sujeito da representação, transformando o objeto estranho em conhecido. Transforma o não familiar em familiar. Exemplo: a figura de uma árvore (representando a vida). A partir de nossa bagagem racional, com seus conhecimentos e de nossa experiência anterior e inserção social, ancoramos o “objeto não identificado” no cais de nosso universo de idéias, transformando o que nos é desconhecido em algo familiar. São pela ancoragem que as funções básicas da RS se articulam, quais sejam: função cognitiva da integração da novidade; função de interpretação da realidade; função de orientação de condutores e das relações sociais3.
A representação é um sistema de classificação e nomeação de categorias:
a) Classificação - Ancorar significa classificar e nomear tudo que resta. O fato de ser capaz de falar ou fazer um julgamento sobre alguém ou alguma coisa, de ser capaz de comunicar algo sobre ele, nos permite imaginar o incomum dentro de nosso mundo ordinário. Classificar significa impor um certo conjunto de comportamentos e regras a alguém3. Ex: quando você classifica alguém como neurótico, judeu, ou pobre, você não está meramente confirmando um fato, você está também fazendo um julgamento, e você está rotulando uma pessoa.
b) Nomeação. É impossível classificar sem se atribuir nomes. Entretanto, este é um processo diferente: nomear, dar nome a alguém ou a algo, é revestido de uma importância solene, em nossa sociedade. Significa ser retirado de uma anonimidade inquietadora e ser premiado com uma afiliação assim como colocação dentro de uma rede de palavras especiais. Ao atribuir um nome dizendo que uma pessoa é isto ou aquilo ou então criando novas palavras se necessário para tal propósito, podemos forjar uma rede que seja suficientemente fechada para prevenir seu escape e representar aquela pessoa para nós mesmos3.
Objetivação ou objetificação: faz com que se torne real um esquema conceptual, transformando o que era abstrato em elemento concreto. É o processo que dá materialidade às idéias, tornando-as objetivas, concretas, palpáveis. Torna o abstrato em concreto. A objetificação satura o conceito desconhecido de realidade, transformando-o em um bloco de construção da própria realidade. Exemplo: Descrição da figura, representar a palavra CARISMA, pela imagem de GANDHI, a palavra deixa de se um conceito e materializa-se como um conjunto a atributos perceptíveis traduzidos pela imagem de GANDHI. Para se chegar a objetificação, passa-se por três fases distintas8, 11.
a) Construção seletiva – tanto os grupos sociais como os indivíduos que os integram, tem uma forma específica de apropriar-se das informações e dos saberes de um objeto determinado. Ex: O que é uma casa? Certamente ela tem uma representação para o operário que a constrói, diferente daquela do banqueiro que a financia.
b) Esquematização flutuante - é necessário selecionar as informações pertinentes a determinados objetos ou situações para organizar a imagem do objeto ou da situação para que seja, coerente e expressível (formação do núcleo figurativo).
c) Naturalização – é uma das características do sistema figurativo; ele se ontologiza, passa a “pertencer” a natureza como algo que “sempre esteve aí”, é apontado como “senso comum”, e que serve para ontologizar os modelos que torna-se elemento familiares os fenômenos (aspectos teóricos) da ciência, tais como: o átomo passa a ser um núcleo sólido ao redor do qual gravitou os elétrons tais como os planetas giram em torno do sol. Torna-se um elemento da realidade.
A objetivação e a ancoragem são as formas especificas em que as RS estabelecem mediações, tornando quase material a produção simbólica de uma comunidade e dando conta da concreticidade das representações sociais na vida social.
A aplicabilidade das Representações Sociais como método
Nos últimos anos, grande número de pesquisadores na área da Enfermagem, tem-se interessado pela teoria e método das RS. Alguns aspectos inerentes a este processo de pesquisa, têm despertado interesse especialmente: “a crítica aos modelos positivistas que limitam a participação do sujeito da pesquisa: o interesse pela metodologia qualitativa, a possibilidade de realizar pesquisas mais criativas; a participação política dos usuários dos serviços de saúde; a valorização do saber popular; a ampliação do conceito de saúde e doença; a possibilidade de revelar situações do cotidiano da prática não visíveis objetivamente; e o estudo da sensibilidade e da emoção” 13:51.
Entendendo que o conhecimento se constrói a partir de reflexão da prática, defendemos uma proposição um pouco mais ampliada na visão de Moscovici, o qual estabelece uma separação entre o conhecimento cotidiano (que para ele são as RS) e o conhecimento científico ou acadêmico, provocando uma dicotomia desnecessária, pois a natureza e o conteúdo do objeto estudado, são construções históricas, isto é, organizam-se em proposição teóricas que se evidenciam na prática e vice-versa.
As RS, ao se constituírem, alcançam um certo grau de estabilidade e independência a outros processos cognitivos, elas não se cristalizam, mas estão em contínuo processo de construção na perspectiva de articulação do conhecimento já construído pelas ciências com àquele que o indivíduo utiliza e/ou reorganiza para aplicá-lo a sua realidade. Desta forma, o método propicia uma preocupação com seres humanos que pensam, constroem suas opiniões referentes as informações que circulam em seu grupo (de trabalho, de estudo, lazer) e busca a compreensão dos fenômenos cotidianos e das atividades rotineiras, por eles realizadas. Na área da saúde, o método contribui para a busca de novos conhecimentos, que possam nortear a prática voltada para o cuidado14.
Para a aplicação do método, é importante destacar dois aspectos que direcionam os estudos da RS, que são a relação entre o pensamento e a comunicação social e a difusão do conhecimento e a gênese do senso comum.
A noção de construção do objeto de pesquisa deverá considerar o fenômeno ou problema que se quer investigar articulado à possibilidade ou vantagens em realizá-lo em termos de representações sociais, evidenciando-se os requisitos conceituais que devem ser atendidos para suprir uma fundamentação teórica consistente e, finalmente, a eleição de métodos e técnicas de pesquisa adequados ao estudo do problema como teoricamente circunscrito15. O autor afirma ainda que, o fenômeno ou problema a ser investigado, irá orientar a proposição de perguntas ao domínio empírico, a organização dos dados que essas perguntas irão gerar e a transformação final em resultados da pesquisa, quando submetido à viabilidade metodológica, a partir do desenvolvimento de técnicas adequadas ao seu estudo.
- Com relação ao Grupo amostral: é interessante ressaltar que por serem as RS formas de conhecimentos produzidas ou elaboradas coletivamente, isto é, por um grupo social, significa dizer que o número de sujeitos constituintes da amostra não pode ser um número tão pequeno que não represente um grupo. Tal seleção deve ser feita de modo criterioso, que compreenda e represente a produção de um grupo, senão os estudos serão apenas clínicos e não de RS. Para tanto, existem técnicas a se considerar para definição do número de sujeitos como, por exemplo, quando o discurso começa a ser saturado ou repetitivo, atestado nos estudos exploratórios a serem feitos para definição ou exploração do instrumento a ser elaborado.
- Com relação a Coleta de Dados: para facilitar o entendimento sobre o processo metodológico para a construção de uma representação, sugerimos o modelo esquemático proposto por Vachod e Santos que possibilita uma visualização do processo metodológico, através da montagem de um quebra-cabeça, como sendo a busca do conhecimento fragmentado, onde harmonicamente articulados, formarão conhecimentos socialmente produzidos15.
Destacamos que para identificarmos a RS de um fenômeno, precisamos buscar a face simbólica e a figurativa deste fenômeno num determinado contexto. Para tanto, pode-se adotar uma metodologia qualitativa ou quanti-qualitativa, utilizando para coleta de dados, técnicas variadas, mas que devem permitir que o indivíduo ou grupo social possam interagir em relação ao objeto de representação explorando a subjetividade, pois as representações ultrapassam o limite da concretude. As dinâmicas que mais tem sido utilizadas pela Enfermagem, em suas pesquisas, são as oficinas de criatividade e sensibilidade, a observação, os materiais visuais, as entrevistas, concomitantemente utilizando técnicas de desenhos, modelagens e colagens para o processo de construção da Face Figurativa, que permite ao indivíduo expressar seus pensamentos e seus sentidos, dando-lhe uma concretude (Objetificação).
Para a identificação da Face Simbólica, utiliza-se os relatos verbais ou escritos que permitem captar as percepções (interpretações) dos sujeitos sobre os conhecimentos à respeito do fenômeno (Ancoragem), transformando a imagem em linguagem, dando-lhes uma explicação, um contexto inteligível ao objeto.
As técnicas devem permitir uma atitude de construção do real, que se efetue a partir das informações que a pessoa recebe através de suas percepções e sensações, de seus sentidos. Interessa tudo o que a pessoa vivenciou (aprendeu) ao longo de sua história (experiência de vida) como resultado de sua relação com o objeto ou fenômeno estudado. Abrange, assim, o sistema cognitivo e simbólico (conhecimentos, crenças, imagens, significados, opiniões) referentes a uma circunscrição na realidade social9. A pesquisa em representações sociais apresenta um caráter fundamental e aplicado e faz apelo a metodologias variadas: experimentação no laboratório e no terreno; entrevistas; questionários; técnicas de associação livre de palavras; observação participante; análise de documentos e de discursos8:5.
- Com relação a Análise dos Dados: processa-se a partir do referencial teórico das RS ou em articulação com outro referencial que dê sustentação ao objeto da pesquisa3, 8.
1o. Momento: corresponde a gênese da RS, ou seja, o resultado da objetificação. Através do processo que passa o pesquisado, de tornar real algo pensado, que pode ser por meio da fala, da escrita, do desenho, da modelagem, da colagem, e outros. Com estes dados, chega-se ao processo de formação dos núcleos figurativos, que correspondem aos temas que possuem a propriedade de serem representados e que expressam a concretude da idéia.
O 2o Momento: corresponde a interpretação que cada um dos pesquisados sobre o material produzido anteriormente, constituindo um significado para a imagem por ele produzida. Nesta fase trabalha-se com o consciente, com as informações já conhecidas por ele. É a identificação do processo de ancoragem, onde as simbolizações e percepções são colhidas a partir dos relatos (verbais ou escritos) sobre os conhecimentos a respeito do fenômeno; a partir daí são identificados temas que tenham a propriedade de representar este conhecimento, os quais chamamos de núcleos simbólicos.
O 3o Momento: seria o de validação das configurações dada pelo pesquisador a RS de determinado fenômeno, pelos participantes da pesquisa, confirmando a identificação de núcleos desta representação, para que posteriormente este mesmo fenômeno possa ser reavaliado e sua aplicação prática tenha maior resolutividade, tendo em vista a realidade concreta a qual se insere.
O 4o Momento: é aquele em que o pesquisador sistematiza as informações, agrupando os temas de destaque por classificação em núcleos figurativos e núcleos simbólicos e que através da aproximação com os conteúdos das fontes secundárias à pesquisa (literatura, referencial teórico), o pesquisador se propõe a fazer uma ancoragem sobre as RS dos participantes, propondo encaminhamentos para a melhoria do processo em estudo.
Teses e dissertações de Mestrado que utilizaram a Teoria das Representações Sociais como referencial Teórico Metodológico:
A título de ilustração deste estudo efetuamos um levantamento sobre a utilização da teoria das representações sociais em Teses e Dissertações de três Programas de Pós-Graduação em Enfermagem: Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade de São Paulo/Ribeirão Preto e Universidade Federal do Rio de Janeiro, no período de 1995 a 2005. O levantamento foi efetuado a partir dos bancos de Teses e Dissertações dos programas ou das universidades e também no Catálogo de Pesquisa e Pesquisadores do Centro de Estudos e Pesquisa em Enfermagem da Associação Brasileira de Enfermagem (CEPEn/ABEn)., buscando nos títulos, nas palavras chave e/ou nos resumos a expressão “representações sociais”. Identificamos um total de 21 Teses e 25 Dissertações que utilizaram como referencial teórico metodológico as representações sociais, evidenciando o interesse da enfermagem brasileira por este referencial em pesquisas na área. Segue o quadro com o levantamento:
Quadro 1 – Teses e dissertações que utilizaram as representações sociais como referencial teórico metodológico.
Tese:T Dissertação:D |
Ano da defesa |
Título |
Autor e orientador |
Instituição |
D |
1995 |
Representações do cliente de cirurgia cardíaca: um estudo de caso de permanência prolongada em UTI |
Renata Henze Dra. Maria T. P. Silva |
UFRJ |
D |
1995 |
O cliente e a doença coronariana: um estudo sobre suas representações. |
Marluce A.C. Stipp Dra. Maria I.C.S. Padilha |
UFRJ |
D |
1996 |
Desvendando máscaras do Câncer nas Representações das Enfermeiras |
Marléa C. Moreira Dra. Maria I.C.S. Padilha |
UFRJ |
D |
1996 |
Ambivalência e medo: um estudo das representações das gestantes hipertensas |
Luiza Vachod Dra. Rosangela S. Santos |
UFRJ |
D |
1997 |
Representações sociais dos familiares: significados e expectativas |
Valéria Z. Mattos Dra. Vera L.M. Abrantes |
UFRJ |
D |
1998 |
Representações sociais sobre o câncer – enfermos e familiares compartilhando uma jornada. |
Nen Nalú A. das Mercês Dra. Maria T. Leopardi |
UFSC |
D |
1998 |
A enfermeira no olhar das clientes: representações da sua prática profissional |
Betania M. Fernandes Dra. Rosangela S. Santos |
UFRJ |
D |
1998 |
Representações sociais da dor por clientes com neoplasia da mama |
Edílson S. Pimentel Dra. Berenice X. Elsas |
UFRJ |
D |
1998 |
Representações sociais dos estudantes de enfermagem sobre sexualidade, numa experiência de ensino. |
Rosa A. Bizon Dra. Antônia R.F. Rodrigues |
USP |
D |
1998 |
O cuidar de crianças portadoras de bexiga neurogênica: representações e necessidades dessas crianças e suas famílias. |
Maria de F. F. Martins Dra. Maria G.B. Carvalho |
USP |
D |
1999 |
Um olhar sobre as representações sociais das enfermeiras acerca da detecção precoce do câncer de mama, com enfoque no auto-exame |
Cíntia M. J. Soares Dra. Ângela M. S. Arruda |
UFRJ |
D |
1999 |
Representações sociais dos pacientes cirúrgicos-uma reflexão sobre o medo da cirurgia |
Rosenara B. Penna Dra. Maria T. Leopardi |
UFSC |
D |
2000 |
Quando os papéis se misturam: as representações das enfermeiras-mães que trabalham em UTI neonatal. |
Claudia R.G.C. Santos Dra. Vera L. M. Abrantes |
UFRJ |
D |
2000 |
Paula R. V. M. Catrib Dra. Maria J. Coelho |
UFRJ |
|
D |
2000 |
Cuidados de enfermagem: representações sociais de clientes hospitalizados. |
Cristina S. Jacques Dra. Isaura S. Porto |
UFRJ |
D |
2001 |
Alessandra C.L. Camacho Dra. Isaura S. Porto |
UFRJ |
|
D |
2001 |
Maria H. C. M. Cunha Dra. Elizabeth A. Marin |
UFRJ |
|
D |
2002 |
A representação social das mulheres sobre o câncer de mama: implicações para o cuidado de enfermagem |
Roberta de Lima Dra. Márcia A. Ferreira |
UFRJ |
D |
2003 |
Representações de clientes sobre a tuberculose: desvendar para melhor cuidar |
Ivaneide L.A. Rodrigues Dra. Maria J. de Souza |
UFRJ |
D |
2003 |
Angela M. R. Ferreira Dra. Maria J. Souza |
UFRJ |
|
D |
2003 |
Alcoólatra - sim; bêbado - não: representações sociais de alcoolistas abstêmios |
Silvio E. D. Silva Dra. Maria J. Souza |
UFRJ |
D |
2003 |
A mulher com alterações corporais: um estudo de representações sociais |
Ingrid M. P. Barleta Dra. Márcia A. Ferreira |
UFRJ |
D |
2003 |
Representações sociais de mulheres frente à admissão hospitalar para a realização da cirurgia por câncer de mama |
Cíntia B. Ferreira Dra. Ana M. Almeida |
USP |
D |
2004 |
Compreendendo os sentimentos do visitante do cliente internado com AIDS |
Edilene A. A. Silveira Dra. Ana M. P. Carvalho |
USP |
D |
2005 |
Representações Sociais de adultos jovens que vivenciam a Doença Aterosclerótica Coronariana. |
Jacqueline M. G. Lúcio Dra. Denise Guerreiro |
UFSC |
T |
1997 |
Representação social do usuário de drogas |
Francisca L.R. Farias Dra. Antônia R.F. Rodrigues |
USP |
T |
1997 |
Representações sociais de pacientes psiquiátricas sobre a loucura, a internação e o sofrer psíquico: a triste passagem e a triste paisagem |
Maria A. Pereira Dra. Antônia R. F. Rodrigues |
USP |
T |
1998 |
Criar os filhos: experiências de famílias de três gerações |
Sonia S. Marcon Dra. Ingrid Elsen |
UFSC |
T |
1998 |
Enfermagem: representações sociais dos enfermeiros |
Maria S. P. Rodrigues Dra. Maria T. Leopardi |
UFSC |
T |
1998 |
As representações sociais do sofrimento e do prazer da enfermeira assistencial no se cotidiano de trabalho |
Márcia T. L. Lisboa Dra. Ângela M.S. Arruda |
UFRJ |
T |
1999 |
O corpo no cuidado de enfermagem: representações de clientes hospitalizados |
Márcia de A. Ferreira Dra. Nébia M.A. Figueiredo |
UFRJ |
T |
1999 |
Maria J. de Souza Dra. Vilma de Carvalho |
UFRJ |
|
T |
1999 |
Olhando a lua pelo mundo da rua: representações sociais da experiência de uma vida de meninos em situação de rua |
Marcelo Medeiros Dra. Maria G.B. Carvalho |
USP |
T |
1999 |
Representações sociais de saúde-doença na velhice: um diagnóstico psicossocial na rede básica de saúde |
Maria C. V. Teixeira Dra. Clélia M.N. Schulze |
UFSC |
T |
2000 |
Vivenciando a gravidez experienciando a soropositividade para o HIV |
Mirian S. Paiva Dra. Rosa M.G.S. Fonseca |
USP |
T |
2000 |
O saber acadêmico de enfermagem: constituição e representações em três programas de pós-graduação |
Maria M.A. Santiago Dra. Ângela M.S. Arruda |
UFRJ |
T |
2001 |
Leila Massaroni Dra. Isaura S. Porto |
UFRJ |
|
T |
2001 |
Angela M.C. Simões Dra. Isaura S. Porto |
UFRJ |
|
T |
2001 |
A embriaguez social do beber |
Fátima Büchele Dra. Rosita Saupe |
UFSC |
T |
2001 |
Olhar de trabalhadores de creches sobre o cuidado da criança |
Maria de La R. Veríssimo Dra. Rosa M.G.S. Fonseca |
USP |
T |
2002 |
Ser mulher e a infertilidade: um estudo de representações sociais |
Ana B.A. Queiroz Dra. Angela M.S. Arruda |
UFRJ |
T |
2003 |
Sofia S.L. Huarcaya Dra. Isaura S. Porto |
UFRJ |
|
T |
2004 |
Elias B. de Oliveira Dra. Márcia T.L. Lisboa |
UFRJ |
|
T |
2004 |
Alvaro A.B. Vieira Dra. Nébia M.A. Figueiredo |
UFRJ |
|
T |
2004 |
Idoso: representação social da velhice e as implicações no cuidado de si |
Selma P.C. Sá Dra. Márcia A. Ferreira |
UFRJ |
T |
2005 |
Reconstruindo a trajetória de mães de crianças que morreram por tétano neonatal em Minas Gerais |
Lúcio J. Vieira Dra. Maria H. P. Oliveira |
USP |
Este levantamento teve a intenção apenas de verificar a expressão desse referencial nas pesquisas em enfermagem, sem pretender esgotar a abrangência que ele vem tendo em diferentes Programas de Pós-Graduação Em enfermagem e em outras áreas do conhecimento.
Considerações Finais
A realização de pesquisas em enfermagem com o referencial teórico metodológico das RS é uma realidade no Brasil, haja vista o número expressivo de teses e dissertações que o vêm utilizando, especialmente no Curso de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Escola de Enfermagem Anna Nery que tem ampla e reconhecida experiência nessa abordagem de pesquisa.
Acreditamos que o número de estudos na enfermagem, já pode atestar a sua aplicabilidade como um referencial teórico-metodológico para a investigação de fenômenos que implicam em uma complexidade psicossocial e, por conseguinte tem facilitado a compreensão destes processos. Assim ressaltamos que o conhecimento produzido pelas RS, por refletir o conhecimento cotidiano, o senso comum, nos permite redimensionar este conhecimento para reinterpretar e replanejar nossas ações na prática assistencial e acadêmica.
O desafio da utilização das RS se evidencia especialmente pela complexidade de sua base conceitual e metodológica, mas ao mesmo tempo, se coloca como uma possibilidade concreta de um olhar profundo que possibilita a compreensão da realidade do ponto de vista daquele que vivencia a situação, em suas múltiplas construções, compreensões e interpretações.
Referências
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Contribuição dos autores: Todas as autoras (Maria Itayra Coelho de Souza Padilha, Denise Maria Guerreiro Vieira da Silva, Maria Seloi Coelho) contribuíram desde a concepção e a escrita do artigo, até sua revisão final.
Endereço para correspondência: Maria Seloi Coelho: Rua Esteves Júnior 605, Bloco A, Apto 714, Centro Florianópolis, Santa Catarina. CEP 88015530. E-mail: seloicoelho1@brturbo.com.br
Received:
Oct 24th, 2006
Revised Jan 20th, 2007
Accept May 14th, 2007