Escalas de avaliação de risco para úlcera de pressão em pacientes de terapia intensiva - nota prévia

Resumo: Este estudo constitui um projeto de pesquisa do Programa de Pós-graduação Strictu Senso Mestrado Profissional Enfermagem Assistencial, da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF, Niterói/Rio de Janeiro. Tendo como objetivos aplicar as escalas de Braden e Cubbin & Jackson em pacientes de terapia intensiva, comparar sensibilidade e especificidade das referidas escalas e discutir estratégias preventivas para minimizar o desenvolvimento de úlceras de pressão em pacientes criticamente doentes. Estudo quantitativo, comparativo entre as duas escalas, tendo a presença ou não de úlcera de pressão como desfecho de interesse.      

Palavras-chave: Úlcera de decúbito, avaliação de risco, cuidado intensivo

                Introdução

Nos últimos anos muitos trabalhos são escritos a respeito de úlcera de pressão, mas poucos têm se dedicado ao estudo de úlcera de pressão em pacientes criticamente enfermos, internados na unidade de terapia intensiva. Estes pacientes apresentam maior probabilidade de desenvolverem úlcera de pressão porque são sedados, ventilados e quase invariavelmente confinados em camas por longos períodos, havendo um comprometimento da integridade cutânea1. Alguns autores têm preconizado a utilização de escalas de avaliação de risco como instrumentos úteis para a identificação dos pacientes mais sujeitos ao desenvolvimento das úlceras de pressão. Num estudo recente foi evidenciado a escala de Cubbin and Jackson como a escala que melhor se aplica aos pacientes criticamente enfermos, em termos de especificidade e sensibilidade, quando comparada a escala de Braden, embora esta seja a escala mais amplamente utilizada2. A efetividade das escalas de Braden e Cubbin and Jackson em pacientes de terapia intensiva constitui o desafio da investigação. O presente estudo tem como objetivos: aplicar as escalas de Braden e Cubbin and Jackson em pacientes de terapia intensiva; comparar sensibilidade e especificidade das escalas de Braden e Cubbin and Jackson; e discutir estratégias preventivas para minimizar o desenvolvimento de úlceras de pressão em pacientes criticamente enfermos. Sendo, portanto, importante a identificação dos pacientes em risco para o desenvolvimento de úlceras de pressão, pois as estratégias preventivas serão traçadas de acordo com o grupo que o paciente pertence (baixo, médio e alto risco).

Metodologia

            Tipo observacional, prospectivo, comparativo entre duas escalas: Braden e Cubbin and Jackson. Serão calculadas sensibilidade e especificidade, tendo a presença ou não de úlcera de pressão como desfecho de interesse. O estudo será realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) A com 12 leitos e UTI B com 10 leitos, totalizando 22 leitos, de um hospital da rede privada em Niterói/RJ. Ambas unidades são gerais, destinadas ao atendimento de pacientes clínicos e cirúrgicos, obedecendo os seguintes critérios de inclusão: ser o paciente maior de 18 anos, não ter úlcera de pressão na admissão, permanecer internado na UTI no mínimo 48h, ter mobilidade comprometida e consentir participar do estudo ou ter seu consentimento permitido pelo familiar. Será utilizado um formulário próprio e as escalas de Braden e Cubbin and Jackson, ficando a cargo do enfermeiro plantonista (serviço diurno e noturno), a qualquer dia da semana, o preenchimento do referido formulário, após treinamento.  Os dados serão armazenados em planilha do Microsoft Excel, calculando-se sensibilidade e especificidade das duas escalas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense, conforme portaria 196/96, do Conselho Nacional de Saúde.

            O estudo pretende contribuir para a produção do conhecimento a ser utilizado na prática assistencial de profissionais que cuidam de pacientes com feridas, como as úlceras de pressão, principalmente na enfermagem. Quando as úlceras já estão instaladas os tratamentos acarretam custos elevados, como por exemplo, o uso da oxigenoterapia hiperbárica3, além de aumentarem o tempo de internação e a possibilidade de seqüelas. Dessa forma, o estudo vem alertar a equipe de saúde para a necessidade de conhecimento do que são úlceras de pressão, suas causas, os fatores de risco e qual escala preditiva se adequa ao perfil de pacientes internados em terapia intensiva, a fim de implementarem ações efetivas de prevenção e tratamento.

                 Referência

1. Keller BPJA, Wille J, Ramshorst BV, Werken CVD. Pressure Ulcers in Intensive Care Patients: A review of risks and prevention. Intensive Care Med. 2002 Sep; 28: 1379-1388.

2. Seongsook J, Ihnsook J, Younghee L. Validity of Pressure Ulcer Risk Assessment Scales;       Cubbin and Jackson, Braden and Douglas Scale. Int J Nurs Stud. 2004 Feb; 41 (2): 199-204.

3. Castro JBA, Oliveira BGRB. Hyperbaric Oxygen Therapy in the Treatment of Tissular Lesions. Online Braz J Nurs (OBJN-ISSN 1676-4285) [online]. 2003 Dec [cited 2005 Sep 24]; 2(3). Avaliable at: www.uff.br/nepae/objn203castrooliveira.htm

                 Dados do projeto

             Projeto de Dissertação do Programa de Pós-graduação Strictu Senso Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF. Aprovado em 17/12/2004 pela banca composta por: Profª Drª Selma Rodrigues de Castilho, Profª Drª Vera Saboya e Profª Drª Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira.

 Apoio financeiro à pesquisa: Hospital de Clínicas Niterói - ESHO/AMIL