Objetivo: compreender a vivência de pais nos cuidados com seu filho recém-nascido prematuro no Método Canguru. Método: estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa, desenvolvido na Maternidade Escola Januário Cicco, situada em Natal, RN, Brasil. Participarão do estudo homens que estejam acompanhando o seu filho na Unidade Canguru. A coleta de dados ocorrerá por meio de uma entrevista semiestruturada. As respostas obtidas serão trabalhadas em conformidade com a Teoria Fundamentada nos Dados e analisadas à luz dos princípios do Interacionismo Simbólico. Resultados esperados: o estudo visa conhecer a vivência do pai diante da prática do Método Canguru, com vistas a delinear ações de Enfermagem que subsidiarão a assistência ao pai nos cuidados com seu filho prematuro, além de ampliar o conhecimento da equipe de saúde sobre o cuidado ao homem e o fortalecimento do vínculo da díade pai-filho.
Descritores: Paternidade; Recém-Nascido Prematuro; Método Canguru; Enfermagem Neonatal.
A prematuridade se constitui um problema nos dias atuais, não somente pelos índices de mortalidade a ela associada, mas também às possíveis sequelas no recém-nascido(RN) e repercussões no contexto familiar.
Mundialmente nascem cerca de 20 milhões de crianças prematuras e, dessas, um terço não chega a completar um ano de vida. Diante do elevado número de óbitos neonatais, morbidade e mortalidade materna e perinatal ao longo dos anos, o Ministério da Saúde brasileiro vem implementando medidas que visam à diminuição desses índices. Dentre essas, foi implantada a Rede Cegonha no ano de 2012, em cujo contexto o Método Canguru apresenta-se como uma estratégia de cuidado humanizado que aumenta as chances de vida do RN prematuro(1).
Assim, o Método Canguru consiste em uma técnica de contato pele a pele, de maneira precoce, do bebê com sua mãe ou com seu pai, na perspectiva de propiciar benefícios à tríade pai, mãe e bebê. Durante o contato pele a pele, o RN é envolvido por faixas e colocado em contato ventral somente de fralda, touca e meias, em posição vertical no tórax, entre as mamas de quem se destina a participar do método(2).
Embora o Método Canguru originalmente seja praticado por mulheres, observa-se que os pais estão cada vez mais presentes, e têm buscado vivenciar esses momentos junto ao filho. Em se tratando do RN prematuro, estudo aponta que o pai pode apresentar emoções contraditórias, como fuga da realidade e alegria da aproximação diária com o filho no ambiente hospitalar(3). Diante desse contexto, faz-se necessário o fortalecimento desse vínculo entre o pai e seu filho prematuro por meio de acompanhamento e orientações da equipe multiprofissional em todas as fases do Método Canguru.
Como o pai vivencia o Método Canguru nos cuidados com seu filho prematuro na Unidade Canguru? Entende-se que a resposta a esse questionamento trará repercussões sociais concernentes à saúde do neonato, pois haverá revelações que nortearão estratégias relativas ao pai no Método Canguru.
Compreender a vivência do pai nos cuidados com seu filho RN prematuro no Método Canguru.
Estudo exploratório descritivo com abordagem qualitativa, desenvolvido na Maternidade Escola Januário Cicco, localizada no município de Natal, RN, Brasil.
Estima-se que serão entrevistados 20 homens obedecendo aos critérios de saturação, conforme se observam em estudos qualitativos já desenvolvidos. A pesquisa contará com a participação de homens que estejam acompanhando o seu filho na Unidade de Cuidados Intermediário Canguru (UCINCa). A seleção dos participantes obedecerá aos seguintes critérios de inclusão: os pais deverão ter idade acima de 18 anos, estarem com filhos prematuros na UCINCa, encontrem-se realizando o Método Canguru e que desejem participar da pesquisa. Serão excluídos do estudo os pais de prematuros extremos, ou seja, com menos de 1.000 gramas e/ou com má-formação congênita.
O projeto em apreço foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com CAAE no 62020016.1.0000.5537, em conformidade com a Resolução 466/12. A coleta de dados será iniciada na Maternidade Escola Januário Cicco, no período de fevereiro a julho de 2017. Os dados serão trabalhados em conformidade com a Teoria Fundamentada nos Dados e analisados à luz dos princípios do Interacionismo Simbólico, e a discussão será embasada nos achados literários.
A partir da compreensão da vivência de pais no Método Canguru, pretende-se conhecer as particularidades paternas ao realizar tal prática e propiciar subsídios para que a equipe de Enfermagem possa ampliar a assistência ao pai que cuida do filho prematuro. Além disso, compreende-se que o incentivo à participação masculina acarretará em benefícios para toda a família, além do fortalecimento do vínculo da tríade pai, mãe e filho.
Salienta-se, ainda, que o estudo subsidiará pesquisas sobre a temática, tendo em vista o conhecimento expandido dos profissionais de saúde sobre a presença do pai nos cuidados ao RN prematuro, o que contribuirá na execução de políticas públicas existentes no âmbito da saúde materno-infantil e do homem.
Todos os autores participaram das fases dessa publicação em uma ou mais etapas a seguir, de acordo com as recomendações do International Committe of Medical Journal Editors (ICMJE, 2013): (a) participação substancial na concepção ou confecção do manuscrito ou da coleta, análise ou interpretação dos dados; (b) elaboração do trabalho ou realização de revisão crítica do conteúdo intelectual; (c) aprovação da versão submetida. Todos os autores declaram para os devidos fins que são de suas responsabilidades o conteúdo relacionado a todos os aspectos do manuscrito submetido ao OBJN. Garantem que as questões relacionadas com a exatidão ou integridade de qualquer parte do artigo foram devidamente investigadas e resolvidas. Eximindo, portanto o OBJN de qualquer participação solidária em eventuais imbróglios sobre a matéria em apreço. Todos os autores declaram que não possuem conflito de interesses, seja de ordem financeira ou de relacionamento, que influencie a redação e/ou interpretação dos achados. Essa declaração foi assinada digitalmente por todos os autores conforme recomendação do ICMJE, cujo modelo está disponível em http://www.objnursing.uff.br/normas/DUDE_final_13-06-2013.pdf
Recebido: 29/12/2016 Revisado: 13/08/2018 Aprovado: 21/08/2018