Problema: O transtorno bipolar afeta cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, configurando-se como um importante problema de saúde. Objetivo: determinar a prevalência do transtorno bipolar I e II e correlacioná-la aos fatores sociodemográficos, transtornos mentais, risco de suicídio e qualidade de vida. Método: estudo epidemiológico, observacional, descritivo e transversal, a ser realizado no bairro Benedito Bentes, Maceió, Alagoas, Brasil. A amostra probabilística, aleatória por conglomerados, foi composta por 894 pessoas. Os dados primários foram obtidos por meio de entrevistas face a face. Foi realizada análise descritiva e aplicados os testes de associação Qui-quadrado de Pearson e T de Student. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (Parecer número 608.613). Resultados esperados: o conhecimento da prevalência do transtorno bipolar I e II, suas comorbidades e influência na qualidade de vida na amostra investigada.
Descritores: Transtorno Bipolar; Epidemiologia; Transtornos Mentais; Enfermagem.
O transtorno bipolar (TB) afeta cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, configurando-se como um importante problema de saúde global que leva a índices significantes de morbimortalidade(1-2). Conforme o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – 5), para o diagnóstico de TB tipo I é necessária a presença de pelo menos um episódio maníaco, antecedido ou seguido por episódios hipomaníacos ou depressivo maior. Já para o TB tipo II é necessário atender aos critérios para pelo menos um episódio hipomaníaco de, no mínimo, quatro dias, podendo ocorrer um ou mais episódios depressivos maiores, com duração de pelo menos duas semanas e nenhum episódio maníaco(3).
Frente à importância de informações acerca dos transtornos mentais na população para contribuir com a atenção a saúde, ratifica-se a relevância deste estudo que visa responder à seguinte questão de pesquisa: Qual a prevalência e os fatores associados ao transtorno bipolar tipos I e II, em um dos bairros mais populosos da capital de Alagoas?
Neste estudo será utilizado o banco de dados da pesquisa A epidemiologia dos transtornos mentais e do uso de álcool e outras drogas em Maceió/Alagoas. Uma iniciativa do Ministério da Saúde, financiada pelo Programa Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (SUS) – PPSUS FAPEAL 02/2013 – MS/CNPq/FAPEAL/SESAU-AL.
(i) Determinar a prevalência do transtorno bipolar tipo I e II; (ii) relacionar os fatores sociodemográficos ao transtorno bipolar tipo I e tipo II; (iii) correlacionar o transtorno bipolar tipo I e tipo II com outros transtornos mentais; (iv) correlacionar o transtorno bipolar tipo I e tipo II com o risco de suicídio; (v) correlacionar o transtorno bipolar tipo I e tipo II com a qualidade de vida.
Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, descritivo, de corte transversal. O local de estudo será o bairro Benedito Bentes, localizado na cidade de Maceió, capital do estado de Alagoas, Nordeste do Brasil. É considerado um dos bairros mais populosos e de maior base territorial de Maceió. A amostra probabilística e aleatória por conglomerados foi composta por 894 residentes no bairro pesquisado e distribuída proporcionalmente entre os 93 setores censitários do bairro. Critérios de inclusão: ser domiciliado no bairro Benedito Bentes; ter idade superior a 15 anos. Critérios de exclusão: apresentar desorientação e/ou agressividade. A coleta de dados ocorreu no período de 26 de janeiro a 02 de março do 2015, de segunda à sexta, nos turnos da manhã e tarde. A equipe contou com 49 pessoas, devidamente treinadas, capacitadas e calibradas para coleta de dados.
Os dados foram primários, coletados por meio de entrevistas face a face com o aplicativo digital ODK Collect (Open Data Kit), disponível no sistema Android, em Tablets. O ponto inicial de investigação de cada setor censitário foi definido previamente à ida ao campo para coleta de dados, de forma sistemática. Frente aos dados oriundos da pesquisa, será realizada a investigação acerca do TB I e II, no período de agosto de 2016 a fevereiro de 2017. Utilizou-se os seguintes instrumentos para coleta de dados: Questionário de Dados Sociodemográficos, elaborado para a pesquisa; Classificação de Estrato Socioeconômico pelo Critério de Classificação Econômico Brasil; WHO Quality of Life-BREF; MINI International Neuropsychiatric Interview (MINI), Brazilian Version 5.0.0; e a Escala de Ideação Suicida de Beck. As variáveis dependentes deste estudo serão o transtorno bipolar tipo I e II. As independentes: sexo, idade, estado conjugal, etnia, número de filhos, ocupação, renda, grau máximo de estudo, anos estudados, estrato social, comorbidades, qualidade de vida, os transtornos mentais identificados no MINI e risco de suicídio. Com o intuito de avaliar a associação entre as variáveis qualitativas será utilizado o teste de Qui-quadrado de Pearson, associando o transtorno bipolar tipo I e tipo II às variáveis independentes (dicotômicas, ordinais e nominais). Para a análise de associação entre as variáveis dicotômicas e contínuas será aplicado o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov, caso a variável contínua seja normal/simétrica será utilizado o Teste T, se for anormal/assimétrica será utilizado o Teste de Wilcoxon. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas, com Parecer Consubstanciado de Autorização sob Parecer número 608613, atendendo aos aspectos éticos dispostos na Resolução n° 466/2012 do Ministério da Saúde.
Espera-se que os resultados proporcionem o conhecimento da prevalência do transtorno bipolar tipo I e II, das comorbidades psiquiátricas associadas, bem como a mensuração da qualidade de vida e o risco de suicídio na população do maior bairro da capital de Alagoas. Almeja-se, sobretudo, que este estudo possa contribuir para a qualificação da atenção à saúde, subsidiando a ampliação da Rede de Atenção Psicossocial frente ao conhecimento das demandas de saúde mental desta população.
Todos os autores participaram das fases dessa publicação em uma ou mais etapas a seguir, de acordo com as recomendações do International Committe of Medical Journal Editors (ICMJE, 2013): (a) participação substancial na concepção ou confecção do manuscrito ou da coleta, análise ou interpretação dos dados; (b) elaboração do trabalho ou realização de revisão crítica do conteúdo intelectual; (c) aprovação da versão submetida. Todos os autores declaram para os devidos fins que são de suas responsabilidades o conteúdo relacionado a todos os aspectos do manuscrito submetido ao OBJN. Garantem que as questões relacionadas com a exatidão ou integridade de qualquer parte do artigo foram devidamente investigadas e resolvidas. Eximindo, portanto o OBJN de qualquer participação solidária em eventuais imbróglios sobre a matéria em apreço. Todos os autores declaram que não possuem conflito de interesses, seja de ordem financeira ou de relacionamento, que influencie a redação e/ou interpretação dos achados. Essa declaração foi assinada digitalmente por todos os autores conforme recomendação do ICMJE, cujo modelo está disponível em http://www.objnursing.uff.br/normas/DUDE_final_13-06-2013.pdf
Recebido: 31/10/2016 Revisado: 09/08/2018 Aprovado: 09/08/2018