ARTIGOS ORIGINAIS

 

Grau de estresse entre trabalhadores de estaleiro: estudo seccional

 

Jorge Luiz Lima da Silva1, Rafael da Silva Soares2, Enéas Rangel Teixeira1, Donizete Vago Daher1, Jones Alberto de Almeida3, Jonathan Henrique Anjos de Almeida4

1Universidade Federal Fluminense
2Hospital Municipal Souza Aguiar
3Metrô Rio

4Hospital Municipal Salgado Filho

 


RESUMO
Objetivo: descrever o grau de estresse dos trabalhadores de estaleiro, segundo as dimensões demanda e controle.
Método: pesquisa descritiva do tipo seccional. Foi utilizado questionário autoaplicado estruturado. Demanda e controle foram aferidos pela escala adaptada para o português, baseada na versão resumida da Job Stress Scale.
Resultados: entre os 114 participantes, apresentaram-se as seguintes pontuações: demanda de 11 pontos, com 63,2% dos trabalhadores abaixo da mediana; e controle com 12 pontos, a maior parte dos funcionários com escores abaixo da mediana (57,9%). A maioria dos trabalhadores estava em baixa exigência (36,8%).
Discussão: o ambiente e as relações próprias à atividade do trabalho, de acordo com as condições em que ocorrem, podem também produzir desgas­tes físicos e mentais. Conclusão: a situação de baixa exigência oferece maior motivação para criação e desenvolvimento de comportamentos positivos no trabalho. Alerta-se para a necessidade de desenvolver ações interinstitucionais e multidisciplinares em saúde mental e trabalho.
Descritores: Esgotamento Profissional; Saúde do Trabalhador; Ambiente de Trabalho; Qualidade de Vida.


 

INTRODUÇÃO

O termo “estresse” é utilizado como sendo a causa ou explicação para inúmeros transtornos que afligem a vida humana moderna(1,2). Igualmente, é associado frequentemente a sensações de desconforto - muitas pessoas definem tanto a si mesmas quanto a outros indivíduos como estressados(3). O estresse é quase sempre observado como algo contraproducente, negativo, que ocasiona prejuízo na qualidade de vida do indivíduo(4).

Hans Selye(5) deu notoriedade ao conceito de estresse, popularizando o termo. O quadro é caracterizado por desgaste anormal e/ou redução da capacidade de trabalho, ocasionado basicamente pela desproporção prolongada entre o grau de tensão a que o indivíduo está exposto e a capacidade de suportá-lo. Deste modo, não é considerado doença ou quadro nosológico distinto, porém fonte potencialmente causadora de distúrbios emocionais(1,6).

Como ação humana social, o trabalho compreende a capacidade do homem de produzir tanto para si mesmo quanto para o meio em que vive. No processo de interação com a natureza, mediado pelos instrumentos fabricados, o homem, ao mesmo tempo em que modifica a natureza, também é modificado por ela(7,8).

Essas situações vão originar um conjunto de respostas restritivas que podem ser emocionais (aumento da insatisfação, do desinteresse e da irritabilidade), fisiológicas (aumento da pressão sanguínea, do ritmo cardíaco e dos níveis hormonais) e/ou comportamentais (fragilidade das relações interpessoais e dificuldades de concentração), que favorecem uma diminuição da saúde e do bem-estar do indivíduo(9,10).

Quanto ao estudo psicossocial do trabalho, Karasek e Theorell entendem que a relação causa-efeito do estresse dá-se por um sistema complexo que envolve a interação de múltiplos fatores(11). O estresse representaria um desequilíbrio do sistema como um todo, em particular do sistema de controle, que inclui um nível biológico, um nível psicoendócrino e também um nível da função cognitiva e interpessoal(12).

O modelo demanda-controle, elaborado originalmente por Robert Karasek(13), considerava a interação de dois componentes que poderiam favorecer o desgaste no trabalho: as demandas psicológicas e o controle sobre o trabalho. Posteriormente, o modelo passou a incluir uma terceira dimensão - a percepção de apoio social do trabalho elaborada por Johnson e Hall(14). As demandas são pressões de natureza psicológica, sejam quantitativas, como tempo e velocidade na realização do trabalho, ou qualitativas, como os conflitos entre demandas contraditórias. O controle é a possibilidade de o trabalhador utilizar suas habilidades intelectuais para a realização de seu trabalho, bem como possuir autonomia suficiente para tomar decisões sobre a forma de realizá-la(11,15).

A organização do trabalho vem se constituindo em instância social relevante no processo saúde-doença mental. Tal organização produz efeitos sobre o corpo do trabalhador, passando pelo aparelho psíquico, sobre o qual é imposto certo modo de funcionamento, modelagem à luz das demandas, conteúdo e exigências da lógica do modo de produção(1,3,16).

O local de trabalho se configura como importante espaço para o desenvolvimento de intervenções visando à promoção da saúde e qualidade de vida, dada a possibilidade de atingir grande número de pessoas, e porque grande parte da população adulta destina inúmeras horas de suas vidas ao labor(17).

Os acontecimentos laborais podem interferir negativamente no bem-estar dos indivíduos(18). Porém, nos últimos anos, a investigação do estresse nas organizações e seus reflexos para a saúde dos trabalhadores têm suscitado expressivo interesse e divulgação. Como principal origem deste investimento de investigação, surgem os efeitos indesejáveis no plano econômico que as situações de estresse trazem para as organizações (3,9,19).

O trabalho no estaleiro é realizado majoritariamente por homens, e os serviços predominantemente de apoio técnico. Apesar de haver um setor administrativo e um gerencial, a grande força de trabalho no estaleiro está relacionada ao trabalho braçal, pesado e repetitivo. Estes trabalhadores são expostos a constantes ruídos de ventilação e maquinário; sofrem desgaste manual pelas ferramentas utilizadas em seus serviços; ficam expostos à alta temperatura e poluição pelo ar por meio de aerossóis, mistura de óleos de motor, poeira, além de outros agentes químicos nocivos(20).

Para o desenvolvimento e alcance aos resultados levanta-se o seguinte problema de pesquisa: qual o grau de estresse, segundo modelo demanda-controle, entre trabalhadores de estaleiro no estado do Rio de Janeiro?

 

MATERIAL E MÉTODO

Pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, do tipo seccional. A coleta de dados ocorreu no ano de 2012. Como sujeitos, 114 funcionários entre os 229 alocados no estaleiro de empresa de transportes marítimos. Trata-se de amostra não probabilística, por inacessibilidade a toda população. Este caso ocorreu, embora houvesse possibilidade de atingir toda a população, ao retirar-se amostra de parte que foi prontamente acessível.

No primeiro contato, foram explicados os propósitos da pesquisa e apresentação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Cada participante preencheu o documento atendendo ao Conselho Nacional de Saúde (Resolução CNS 466/2012). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Antônio Pedro sob o número 260/11 e CAAE 0271.0.258.258-11.

O instrumento utilizado foi questionário autoaplicado estruturado com perguntas abertas e fechadas o qual continha seções organizadas por assunto (aspectos laborais, variáveis sociodemográficas, escalas de estresse laboral, antecedentes e hábitos de vida, saúde física e emocional, sono e saúde reprodutiva).

Entre as características sociodemográficas, no quesito cor de pele autorreferida, as opções amarela, parda e indígena foram recodificadas para mestiços. Quanto ao estado civil, optou-se por recodificar em “com companheira(o)” para indivíduos casados ou em união estável, e “sem companheira(o)” para solteiros, separados, divorciados e viúvos.

Nas variáveis laborais, os profissionais foram recategorizados em oito grandes grupos profissionais (mecânica, caldeiraria, carpintaria, elétrica e eletrônica, serviços gerais, administrativo, supervisão e engenharia), por semelhança de trabalho, a fim de melhor tratamento estatístico, visto que havia mais de 30 categorias profissionais diferentes. Os setores de trabalho sofreram dicotomização: apoio técnico para os serviços técnico-mecânicos e administração e gerência para os serviços administrativos e burocráticos.

No presente estudo, foi utilizada a escala adaptada para o português, baseada na versão resumida da Job Stress Scale (JSS), originalmente elaborada em inglês, segundo Alves e cols.(15). A versão reduzida foi criada por Theorell e cols.(21). Essa versão possui 17 questões, cinco para avaliar a demanda psicológica no trabalho, seis para avaliar o grau de controle no trabalho e seis para o apoio social, no entanto esta última não foi avaliada neste estudo.

Os escores foram obtidos por meio da soma dos pontos atribuídos a cada uma das perguntas. De acordo com estas questões, o escore para demanda varia de cinco a 20 pontos e o escore para controle pode variar de seis a 24 pontos, segundo o modelo de avaliação de estresse no trabalho adotado nesta investigação(15,21). Foi construído um escore do grau de suporte sobre o trabalho do profissional apresentado neste estudo.

Para a definição dos quadrantes de exposição ao estresse no trabalho, baseado nas dimensões demanda e controle, utilizou-se a mediana encontrada nos escores das dimensões investigadas. Para composição dos grupos do modelo demanda-controle (MDC), as variáveis “demanda psicológica e controle sobre o trabalho e respectivos graus dicotomizados (alto e baixo) foram combinados de forma a construírem os quadrantes do modelo bidimensional, no qual: Alta exigência = combinação de alta demanda e baixo controle; Trabalho ativo = combinação de alta demanda e alto controle; Baixa exigência = combinação de baixa demanda e alto controle; Trabalho passivo = combinação de baixa demanda e baixo controle(11).

Inicialmente, foi realizada análise univariada que permitiu descrever as características sociodemográficas e laborais da população estudada. As variáveis contínuas foram apresentadas, segundo suas frequências médias (com o respectivo desvio padrão) e as variáveis categóricas, segundo seus valores absolutos e proporções.

Para a análise bivariada, a variável idade foi analisada segundo a média encontrada para população. O teste qui quadrado (x2) foi utilizado para verificar diferenças entre os grupos analisados, durante a análise bivariada. Foi considerado, na avaliação da significância, o valor p ≤ 0,05. Nos casos das tabelas com caselas com valor igual ou inferior a cinco, além do teste do qui quadrado, foi utilizada a prova de Fisher (só para tabelas de 2/2), de modo a obter melhor tratamento estatístico(22). Cada etapa do processo de análise dos dados foi realizada com o uso dos programas Microsoft Office Excel 2003 e Statistical Package for the Social Sciences versão 21.

 

RESULTADOS

Entre os 229 funcionários lotados no estaleiro, 114 foram entrevistados (cerca de 50% do total) e fazem parte da amostra a qual compôs o universo de trabalhadores estudados.

A média de idade encontrada foi de 40 anos, com desvio padrão de 14,2 anos. Quanto ao sexo, 97,4% da população eram formados por homens e apenas 2,6% mulheres. Em relação à cor da pele, 46,5% eram mestiços. A respeito da situação conjugal, 68,4% da amostra apresentavam companheiro(a). No tocante aos filhos, 68,4% dos entrevistados os possuíam. Quanto à renda familiar, em salários mínimos (SM), à época da entrevista (R$ 622,00), 22,8% recebiam vencimentos entre quatro e cinco SM. No quesito escolaridade, 44,7% completaram o ensino médio (vide tabela 1).

As categorias mecânica e caldeiraria dividem o maior contingente de trabalhadores, com 24,6% do total, cada. Os 16 setores existentes também foram recodificados em apenas dois: apoio técnico (86,8%) e administração e gerência (13,2%). Quanto ao tipo de contrato de trabalho, 93,9% faziam parte do quadro permanente da instituição. A média de tempo na empresa ficou em 5,5 anos, com desvio padrão de 10,2 anos. A maior parte dos trabalhadores (84,2%) trabalhava há menos de seis anos na instituição. Sobre a carga horária semanal (CHS), 91,2% cumprem 44 horas, que também é a média de horas trabalhadas, com desvio padrão de 8,3 horas (vide tabela 2).

Verificou-se que a mediana da dimensão demanda foi de 11 pontos, e a da dimensão controle ficou em 12 pontos. Na dimensão demanda, 72 trabalhadores ficaram com a demanda abaixo da mediana (63,2%); os 42 restantes escores mantiveram-se acima da mediana (36,8%). Na dimensão controle, 66 funcionários apresentaram seus escores abaixo da mediana (57,9%), os outros 48 apresentaram pontuação acima da mediana de controle (42,1%).

 

Tabela 1. Análise entre características sociodemográficas e demanda/controle pela mediana de trabalhadores de estaleiro. Rio de Janeiro, 2012.
VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS BAIXA DEMANDA ALTA DEMANDA BAIXO CONTROLE ALTO CONTROLE
  N % N % N % N %
 
Idade pela média de 40 anos (DP = 14,2) p = 0,248 (DP = 14,2) p = 0,364
Até 40 anos 44 61,1 21 50 40 60,6 25 52,1
Maior que 40 anos 28 38,9 21 50 26 39,4 23 47,9
Sexo p = 0,48* p = 0,618*
Feminino 0 0 3 7,1 2 3 1 2,1
Masculino 72 100 39 92,9 64 97 47 97,9
Cor de pele recodificada p = 0,829 p = 0,724
Preta 13 18,1 8 19 11 16,7 10 20,8
Branca 24 33,3 16 38,1 25 37,9 15 31,2
Mestiça 35 48,6 18 42,9 30 45,5 23 47,9
Situação conjugal recodificada p = 0,758 p = 0,949
Com companheira (o) 50 69,4 28 66,7 45 68,2 33 68,8
Sem companheira (o) 22 30,6 14 33,3 21 38,8 15 31,2
Presença de filhos p = 0,253 p = 0,452
Sim 52 72,2 26 61,9 47 71,2 31 64,6
Não 20 27,8 16 31,8 19 28,8 17 35,4
Escolaridade pela média p = 0,887 p = 0,887
Até ensino médio incompleto 25 34,7 21 50 27 40,9 19 39,6
Acima de ensino médio  47 65,3 21 50 39 59,1 29 60,4
Renda familiar média de 5 SM p = 0,950 p = 0,410
Até 5 SM 45 62,5 26 61,9 39 59,1 32 66,7
Maior que 5 SM 27 37,5 16 31,8 27 40,9 16 33,3
 
Legenda: N = valor bruto no estrato; % = valor relativo à porcentagem no estrato; DP = Desvio Padrão; p= valor do teste do qui quadrado; * = valor da prova de Fisher.

 

Análise do perfil sociodemográfico e a dimensão demanda
Entre a média de idade encontrada (40 anos), 44 trabalhadores com idade igual ou inferior a média estavam com demanda de trabalho abaixo da mediana de demanda (61,1%). Os outros 42 trabalhadores, cujos escores de demanda superaram a mediana, dividiram-se igualmente entre os dois estratos.

Ao avaliar as questões de gênero, a grande maioria era do sexo masculino (97,4%). Na dimensão demanda, todos os 72 trabalhadores cuja demanda ficou abaixo da mediana eram homens. Nos casos em que ficou acima da mediana, 92,9% eram homens e 7,1% mulheres.

Quanto à cor de pele autorreferida, entre os sujeitos com demanda abaixo da mediana, 48,6% foram categorizados como mestiços. Dos 42 trabalhadores cuja demanda superou a mediana, 42,9% eram mestiços.

Ao analisar a situação conjugal, com ou sem companheira(o), dos 72 trabalhadores que apresentaram valores abaixo da mediana de demanda, 69,4% possuíam companheira(o). Quanto aos 42 funcionários com demanda acima da mediana, foi encontrada proporção semelhante - 66,7% com companheira(o).

Ao aferir a presença de filhos, na dimensão demanda, dos 72 trabalhadores com valores abaixo da mediana, 72,2% geraram descendentes. Quanto aos profissionais cujos resultados de demanda superaram a mediana, 61,9% possuíam filhos.

No quesito escolaridade, a média encontrada foi a de ensino médio incompleto. 46 trabalhadores não conseguiram completar o ensino médio (40,4%). No entanto, a maior parte (59,6%) completou o ensino médio ou obteve maior instrução. Entre os 72 trabalhadores com demanda abaixo da mediana, 65,3% completaram o ensino médio ou avançaram. Os outros 42 trabalhadores, cujos escores de demanda superaram a mediana, dividiram-se igualmente entre os dois estratos.

Na avaliação de salários mínimos à época (R$ 622,00), o resultado obtido como média foi de cinco SM; a maioria dos trabalhadores (62,3%) ganhava salários até essa média. No que diz respeito à demanda abaixo da mediana, 62,5% recebiam até cinco SM. Quanto à demanda acima da mediana, foi encontrada proporção semelhante: 61,9% tinham vencimentos de até cinco SM.

Análise do perfil sociodemográfico e a dimensão controle
Na dimensão controle, 40 trabalhadores com idade igual ou abaixo da média de 40 anos estavam com valores de controle abaixo da mediana (60,6%). Na faixa etária superior à média, 47,9% ficaram com escores de controle sobre o trabalho acima da mediana.

Entre as mulheres, duas delas alcançaram escores de controle abaixo da mediana (3,0%) e uma acima (2,1%). Quanto aos homens, 97,0% encontravam-se abaixo da mediana de controle. Outros 47 homens apresentaram controle sobre o trabalho acima da mediana (97,9%).

Quanto à cor de pele auto-referida, entre trabalhadores que apresentaram escores abaixo da mediana, eram 45,5% mestiços. Os 48 restantes, cujos valores ficaram acima da mediana de controle, 47,9% se declararam mestiços.

Entre os trabalhadores que apresentaram resultados abaixo da mediana, 68,2% possuíam companheira(o). Quanto aos profissionais com controle acima da mediana, encontrou-se proporção semelhante, 68,8% tinham companheira(o).

Quanto à presença de filhos, dos 66 trabalhadores com escores abaixo da mediana de controle, 71,2% tinham. No caso dos funcionários com controle acima da mediana, 35,4% não tinham filhos e 64,6% tinham.

No quesito escolaridade, entre trabalhadores com escore abaixo da mediana, 59,1% completaram o ensino médio ou foram além. Quanto aos funcionários com controle acima da mediana, chegou-se a proporção semelhante: 60,4% ultrapassaram a média de escolaridade.

Quanto ao componente salarial, entre aqueles cujo controle ficou abaixo da mediana, 59,1% recebiam até 5 SM. No tocante ao controle sobre o trabalho acima da mediana, 66,7% tinham vencimentos de até 5 SM.

 

Tabela 2. Análise entre características laborais e demanda/controle pela mediana de trabalhadores de estaleiro. Rio de Janeiro, 2012.
VARIÁVEIS LABORAIS BAIXA DEMANDA ALTA DEMANDA BAIXO CONTROLE ALTO CONTROLE
  N % N % N % N %
 
Categoria profissional  p = 0,528 p = 0,600
Mecânica 16 22,2 12 28,6 14 21,2 14 29,2
Caldeiraria 18 25 10 23,8 15 22,7 13 27,1
Carpintaria 6 8,3 3 7,1 4 6,1 5 10,4
Elétrica e eletrônica 9 12,5 2 4,8 7 10,6 4 8,3
Serviços gerais 11 15,3 4 9,5 9 13,6 6 12,5
Administração 8 11,1 4 9,5 8 12,1 4 8,3
Supervisão 4 5,6 5 11,9 7 10,6 2 4,2
Engenharia 0 0 2 4,8 2 3 0 0
Setores recodificados p = 0,768 p = 0,154*
Apoio técnico 63 87,5 36 85,7 63 87,5 36 85,7
Administrativo/gerencial 9 12,5 6 14,3 9 12,5 6 14,3
Contrato de trabalho p = 0,488* p = 0,190*
Temporário 5 6,9 2 4,8 7 10,6 0 0
Permanente 67 93,1 40 95,2 59 89,4 48 100
Tempo na instituição (DP = 10,2) p = 0,844 (DP = 10,2) p = 0,520*
Até 6 anos 61 84,7 35 83,3 52 78,8 44 91,7
Maior que 6 anos 11 15,3 7 16,7 14 21,2 4 8,3
Carga horária semanal (DP = 08,3) p = 0,460* (DP = 08,3) p = 0,124*
Até 44 horas 65 90,3 39 92,9 58 87,9 46 95,8
Maior que 44 horas 7 9,7 3 7,1 8 12,1 2 4,2
 
Legenda: N = valor bruto no estrato; % = valor relativo à porcentagem no estrato; DP = Desvio Padrão; p= valor do teste do qui quadradro; * = valor da prova de Fisher.

 

Análise dos aspectos laborais e a dimensão demanda
No que diz respeito à categoria profissional, verifica-se que quanto aos 72 trabalhadores com demanda abaixo da mediana, os trabalhadores da caldeiraria apresentaram o maior percentual (25%), seguidos pelos mecânicos (22,2%). Entre os 42 trabalhadores com demanda acima da mediana, 28,6% eram mecânicos e 23,8% caldeireiros.

Quantos aos setores de trabalho, entre os 72 trabalhadores com demanda abaixo da mediana, 87,5% eram do apoio técnico. Nos 42 trabalhadores com escore de demanda acima da mediana, mantém-se proporção semelhante, 85,7% pertenciam ao apoio técnico.

Ao analisar o contrato de trabalho (temporários e permanentes), verifica-se que com a demanda abaixo da mediana, 93,1% eram do quadro permanente. Com a demanda acima da mediana, 95,2% dos trabalhadores pertenciam ao contrato permanente.

A média de tempo na instituição ficou em seis anos, com 96 funcionários (84,2%) até essa média. Dos 72 trabalhadores com demanda abaixo da mediana, 84,7% estavam na instituição até a média de seis anos. Quanto aos trabalhadores com demanda acima da mediana, a proporção ficou bem próxima, 83,3% estavam até 6 anos na empresa.

A média de carga horária semanal (CHS) foi de 44 horas de trabalho. A maioria dos trabalhadores (91,2%) se enquadra abaixo desse regime. Dos 72 trabalhadores com escore de demanda abaixo da mediana, 90,3% deles tem média de CHS igual ou inferior a 44 horas. Com a demanda acima da mediana, o panorama é parecido, 92,9% trabalham até 44 horas na semana.

Análise dos aspectos laborais e a dimensão controle
Quanto à categoria profissional, dentre os trabalhadores cujos escores de controle estiveram abaixo da mediana, os maiores percentuais ficaram entre os caldeireiros (22,7%) e mecânicos (21,2%). Entre os 48 trabalhadores com valores de controle sobre o trabalho acima da mediana, foi constatado 29,2% de mecânicos, 27,1% de caldeireiros.

No quesito setor de trabalho, dos trabalhadores com controle abaixo da mediana, 85,3% eram do apoio técnico. Com controle acima da mediana, 91,7% dos trabalhadores eram do apoio técnico.

Ao avaliar o tipo de contrato de trabalho, entre os sujeitos com escores de controle abaixo da mediana, a maioria pertencia ao quadro permanente (89,4%). Quanto aos trabalhadores com escore de controle acima da mediana, a totalidade fazia parte ao quadro permanente.

No tocante ao tempo na empresa, dos trabalhadores cujos resultados encontrados estavam abaixo da mediana, 78,8% tinham até seis anos de empresa. Nos funcionários com controle acima da mediana, 91,7% estavam na instituição há seis anos ou menos.

Quanto à CHS, entre os sujeitos com escores de controle abaixo da mediana, 87,9% trabalham até 44 horas na semana. Dos funcionários com controle acima da mediana, 95,8% tem CHS de até 44 horas.

Quadrantes de Karasek
A partir dos indicadores descritos anteriormente, combinaram-se as dimensões demanda e controle com o propósito de formar os quatro grupos propostos por Karasek e Theorell. Neste, existem quatro categorias de exposição ao estresse: alta exigência, trabalho ativo, baixa exigência e trabalho passivo(11).

Foram observadas as maiores proporções entre as categorias baixa exigência (36,8%) e alta exigência (26,3%). As menores frequências, 21,1% e 15,8%, ficaram entre trabalho passivo e trabalho ativo, respectivamente.

 

DISCUSSÃO

Estudo realizado com 457 trabalhadores de indústria metalúrgica, a mediana da demanda encontrada foi de 12 pontos, a de controle nove pontos (23). No estudo de Sontag e cols.(24), realizado com trabalhadores do setor administrativo de universidade pública, as medianas de demanda e controle foram de 14 e 17, respectivamente. Entre trabalhadores de enfermagem do bloco cirúrgico de 11 hospitais paranaenses, encontraram-se os seguintes valores de mediana: 15 para demanda, 17 para controle(25). Pesquisa realizada com 470 motoristas de caminhão, os valores de mediana de demanda, controle encontrados foram os seguintes: 18 em demanda, 16 em controle sobre o trabalho(26).

Pode-se observar que este estudo encontrou maior semelhança nos valores atribuídos às medianas de demanda, controle ao estudo de Padula e cols.(23). Interessante notar que o perfil de trabalhadores da indústria metalúrgica é o que mais se assemelha aos funcionários do estaleiro, por serem expostos a constantes ruídos de ventilação e maquinário, à alta temperatura e poluição pelo ar por meio de aerossóis, mistura de óleos de motor, poeira; sofrerem desgaste manual pelas ferramentas utilizadas em seus serviços; além de outros agentes químicos nocivos(20).

Os demais estudos com profissionais de enfermagem, motoristas de caminhão e trabalhadores administrativos tiveram escores de mediana nas duas dimensões superiores aos encontrados no presente estudo(24,25,26). O que mostra de certa forma, que a natureza do trabalho do estaleiro possui especificidade de demanda e controle no ambiente laboral.

O quadrante de trabalho passivo foi composto por 21,1% dos trabalhadores. Estudo de Prochnow e cols.(27) com profissionais de enfermagem de hospital universitário público e pesquisa de Greco e cols.(28) com agentes de atendimento socioeducativo no Rio Grande do Sul apresentaram porcentagens próximas neste estrato, 19,7% e 21%, respectivamente.

No que diz respeito à baixa exigência, Greco e cols.(28) encontraram 30,2% dos sujeitos contidos nesse quadrante, valor próximo ao encontrado neste estudo (36,8%).

No tocante ao trabalho ativo, verificou-se que 15,8% dos funcionários entrevistados neste estudo pertencem a esse quadrante. Mais uma vez, os escores obtidos pelos policiais militares de Recife, do estudo de Ferreira, Bonfim e Augusto(29), são os que mais se aproximam deste estudo (19,6%).

O quadrante, alta exigência, foi composto por 26,6% dos trabalhadores deste estudo. O trabalho de Prochnow e cols.(27) com profissionais de enfermagem de um hospital universitário público e o estudo de Ferreira, Bonfim e Augusto(29) com policiais militares, apresentaram porcentagem próximas, 29,7% e 27,8%, respectivamente.

Como estabelece o MDC – trabalho realizado em condições de alta exigência é nocivo à saúde dos trabalhadores, sendo um preditor da maioria do desgaste físico e mental produzidos no ambiente laboral. Sabendo que trabalhadores em alta exigência estão mais suscetíveis ao estresse e, consequentemente, diminuição da capacidade para o trabalho, os resultados deste estudo apontam que medidas de intervenção de promoção à saúde do trabalhador e manutenção da capacidade funcional devam ser adotadas e ativas.

Pode-se constatar que os trabalhadores do estaleiro apresentam-se no quadrante de trabalho de baixa exigência onde possuem maior motivação para criação e desenvolvimentos de comportamentos positivos no trabalho. Entretanto, o segundo estrato mais frequente foi o de alta exigência, expondo a população ao maior risco de adoecimento psíquico e físico.

O trabalho ideal é aquele que represente situação de relaxamento causado por condições com baixa demanda psicológica e altos níveis de controle (baixa exigência). Nesse contexto, deve-se considerar que o ambiente e as relações próprias à atividade do trabalho, do mes­mo modo em que formam um lócus privilegiado da realização humana, de acordo com as condições em que ocorrem, podem também produzir desgas­tes físicos e mentais 30. Necessitando de especial atenção considerando-o como ambiente determinante das condições de saúde das pessoas.

Limitações do estudo
Primeiramente, o pioneirismo do estudo foi um grande desafio no tocante às comparações, por haver escassos estudos de grupos laborais semelhantes aos abordados no presente estudo. O tempo de coleta de dados foi extenso (10 meses) e também foi desafiador na questão da logística, visto que o estaleiro fica num bairro recluso, com apenas uma opção de transporte público.

A dinâmica de trabalho no estaleiro foi fator limitador. A coleta de dados se deu no horário de trabalho dos funcionários, os quais eram liberados de seus setores por seus respectivos encarregados e supervisores, de acordo com a demanda de serviço.

Quanto ao viés do trabalhador saudável, os funcionários que estavam de licença médica durante o período da coleta não puderam ser entrevistados, entretanto, durante o tempo de coleta isso pode ter sido minimizado de alguma forma, pois aqueles que retornavam foram entrevistados pessoalmente ou por telefone. Além disso, foi solicitada ao setor médico ocupacional a relação de trabalhadores em licença médica, e ao retornarem, também foram abordados quanto ao questionário.

Além disso, a média de tempo dos funcionários na empresa ficou em apenas 06 anos, o que mostra a rotatividade dos funcionários, prejudicando muito o tipo de estudo realizado (corte transversal). Em adição a isso, o corte transversal proporciona apenas imagem instantânea da variável que se pretende estudar, havendo a necessidade de outros estudos com delineamentos distintos que possam avaliar o estresse ocupacional entre os profissionais no decorrer do tempo.

A discussão com a literatura foi prejudicada devido à abordagem pelas medianas de demanda e controle relacionadas às características sociodemográficas e laborais, enquanto os trabalhos publicados no meio acadêmico as tratam sobre os quadrantes de Karasek.

 

CONCLUSÃO

Entre os 114 sujeitos participantes, apresentaram-se as seguintes pontuações no MDC: demanda com mediana de 11 pontos, com 63,2% dos trabalhadores abaixo da mediana; e controle com 12 pontos, com a maior parte dos funcionários com escores abaixo da mediana (57,9%).

No tocante aos quadrantes de Karasek, originado a partir das combinações de demanda e controle, foram constatadas as maiores frequências entre as categorias baixa exigência (36,8%) e alta exigência (26,3%). As menores frequências, 21,1% e 15,8%, respectivamente entre trabalho passivo e trabalho ativo.

É fundamental capacitar os trabalhadores dos serviços de saúde, quanto aos sinais e sintomas dos sofrimentos psíquicos, para que considerem a importância da situação de trabalho como um dos fatores determinantes no processo saúde-doença. Desse modo, alerta-se para a necessidade de desenvolver ações interinstitucionais e multidisciplinares em saúde mental e trabalho.

Além disso, há a necessidade de uma gestão organizacional participativa, que inclua os trabalhadores no processo de mudanças e melhorias do ambiente laboral. Somadas as medidas de promoção da saúde do trabalhador, ressalta-se o foco de atenção para a inclusão de medidas profiláticas ao estresse ocupacional.

 

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Recebido: 29/01/2016
Revisado:04/03/2016
Aprovado: 07/03/2016