Trata-se de um projeto de dissertação do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde da Universidade Federal Fluminense. Objetivos: identificar o processo de trabalho dos profissionais da Atenção Básica, no que se refere à produção e utilização dos registros em saúde; discutir a importância da gestão da informação em saúde e sua relevância para a qualidade dos registros de enfermagem. Método: estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa, que terá como cenário três unidades de saúde do município do Rio de Janeiro. Os sujeitos serão 12 profissionais de enfermagem em atividade nestas unidades. Os dados serão coletados por entrevista semiestruturada, entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, e tratados por análise de conteúdo.
Descritores: Educação Permanente; Gestão da Informação em Saúde; Registros de Enfermagem
Após implantação do Sistema Único de Saúde, a informação em saúde apresentou grande evolução em termos de número e aprimoramento das tecnologias de informação, que vem requisitando competências específicas para seu uso e consequente produção de conhecimentos, que devem ser aplicados para intervir em realidades específicas com vistas à melhoria da saúde das populações(1). Sendo a Unidade Básica de Saúde uma das portas de entrada para o sistema de saúde e a estratégia organizadora do cuidado integral, entende-se que a precisão e o registro sistemático dos dados do território, assim como a transformação dos mesmos em informação, são fundamentais para nortear processos intrínsecos à área da saúde.
Um dos fatores apontados como obstáculo significativo para produção dos registros é a diferença do nível de escolaridade entre os profissionais envolvidos na assistência, que nem sempre recebem treinamento adequado ou tem clareza da utilidade dos dados que estão sendo coletados. Esta afirmação reforça a importância da necessidade de reflexão na ação, no que se refere à prática de produção dos registros para a qualificação dos processos de trabalho em saúde, principalmente por profissionais que atuam na área em questão.
Observa-se, há longo tempo, que a qualidade dos registros de enfermagem é alvo de preocupação de diversos estudiosos da área, contudo, apontam-se não conformidades nas várias dimensões desses registros, o que diminui o potencial de agregação de valor para as ações e desempenho da enfermagem.
Como a gestão da informação em saúde pode influenciar na qualidade dos registros de saúde e no cotidiano das atividades na atenção básica?
• Descrever o processo de trabalho dos profissionais da Atenção Básica, no que se refere à produção e utilização dos registros em saúde;
• Discutir a importância da gestão da informação em saúde e sua relevância para a qualidade dos registros de enfermagem.
Este trabalho parte do pressuposto de que o debate sobre a gestão da informação na atenção Básica, contextualizando a qualidade dos registros como ferramenta de negociação e de formação permanente dos profissionais no cotidiano de suas práticas, se faz necessário visando à melhor organização do trabalho, identificação das necessidades e das condições de saúde da população(2). Destaca-se que os programas de educação voltados para profissionais da enfermagem não devem se limitar a particularidades das ações em saúde. Entende-se ser necessário investir na educação permanente para conscientização da importância dos registros de enfermagem. A informação de qualidade subsidia a produção de conhecimento imprescindível para tomada de decisão(3).
Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratório-descritiva, de abordagem qualitativa. O cenário de estudo será constituído de três unidades de saúde do tipo B, as quais são tradicionais, com incorporação de uma ou mais equipes da ESF, que cobrem parcialmente o território, localizadas na Coordenadoria de Ações Programáticas 5.1 do município do Rio de Janeiro. A população será composta por 12 auxiliares, 12 técnicos e 12 enfermeiros em atividade no cenário do estudo. Elegeu-se como critério de inclusão ser profissional atuante há pelo menos um ano no cenário de estudo; como critério de exclusão a ausência do profissional no período de aplicação dos instrumentos de pesquisa. O período de coleta de dados será entre dezembro de 2015 a janeiro de 2016.
Como técnica de coleta de dados utilizar-se-á a entrevista semiestruturada, que será gravada em aparelho MP4. O tratamento dos dados se dará por análise de conteúdo temática. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense/FM/UFF/HU Antônio Pedro -5243 (CAAE:37662314.4.0000.5243) e pelo Comitê de Ética Comitê de Ética da Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro/SMS/RJ – 5279 (CAAE:37662314.4.3001.5279) respeitando o instituído pela Resolução nº 466/12.
Todos os autores participaram das fases dessa publicação em uma ou mais etapas a seguir, de acordo com as recomendações do International Committe of Medical Journal Editors (ICMJE, 2013): (a) participação substancial na concepção ou confecção do manuscrito ou da coleta, análise ou interpretação dos dados; (b) elaboração do trabalho ou realização de revisão crítica do conteúdo intelectual; (c) aprovação da versão submetida. Todos os autores declaram para os devidos fins que são de suas responsabilidades o conteúdo relacionado a todos os aspectos do manuscrito submetido ao OBJN. Garantem que as questões relacionadas com a exatidão ou integridade de qualquer parte do artigo foram devidamente investigadas e resolvidas. Eximindo, portanto o OBJN de qualquer participação solidária em eventuais imbróglios sobre a materia em apreço. Todos os autores declaram que não possuem conflito de interesses, seja de ordem financeira ou de relacionamento, que influencie a redação e/ou interpretação dos achados. Essa declaração foi assinada digitalmente por todos os autores conforme recomendação do ICMJE, cujo modelo está disponível em http://www.objnursing.uff.br/normas/DUDE_final_13-06-2013.pdf
Recebido: 10/02/2016 Revisado: 23/03/2016 Aprovado: 23/03/2016