NOTAS PRÉVIAS

 

 

Vivência do adolescente e adulto jovem no pós-parto da companheira: estudo exploratório-descritivo

 

Mércio Gabriel de Araújo1, Jovanka Bittencourt Leite de Carvalho1

1Unviersidade Federal do Rio Grande do Norte

 


RESUMO
Objetivo: compreender a vivência do adolescente e adulto jovem no pós-parto da companheira na Estratégia Saúde da Família.
Método: estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa, desenvolvido nas unidades de saúde da família do município de Caicó, no Rio Grande do Norte. Serão entrevistados homens adolescentes e adultos jovens que estejam com sua companheira no pós-parto mediato. Entrevista semiestruturada como técnica de coleta de dados. As informações coletadas serão apreciadas pela Teoria Fundamentada nos Dados e interpretada pelo interacionismo simbólico.
Resultados esperados: a partir da análise da vivênciado adolescente e adulto jovem, pretende-se delinear ações de enfermagem que poderão ser desenvolvidas a esse grupo na fase puerperal. Também fomentar discussões para fortalecimento da participação masculina e aprimoramento da assistência de enfermagem nas ações da atenção à saúde da família.
Descritores: Homem; Período Pós-parto; Saúde da Família.


 

SITUAÇÃO-PROBLEMA E SUA SIGNIFICÂNCIA

Tornar-se pai faz parte de um processo de inter-relações estabelecidas entre dois indivíduos. Durante essa construção, transformações e mudanças são vivenciadas e a pessoa necessariamente busca uma nova identidade para expressar seu novo papel, no caso do homem, de pai. Contudo, quando a paternidade ocorre durante a adolescência ou juventude, ela representa um fator de vulnerabilidade, pois a carga de responsabilidade pode desencadear problemas de ordem fisiológica e emocional(1).

A participação masculina no período gravídico-puerperal contribui na recuperação da saúde de sua companheira e na formação de laços afetivos entre pai-mãe-filho. Observa-se que o pós-parto é vivenciado pela mulher fisiologicamente, entretanto o homem participa desse processo socialmente no contexto familiar, ao contribuir com os afazeres domésticos, com o cuidado ao recém-nascido e com a companheira. O homem exerce a paternidade ao colocar o bebê para dormir, dar banho, trocar fraudas, tornando-se copartícipe a partir dessas interações, em que a companheira apresenta dificuldades para lidar com o novo(2).

Entende-se que o adolescente e o adulto jovem, ao vivenciar o pós-parto da companheira, percebem-se como sujeitos não ativos desse processo. Na maioria das vezes, a atenção é direcionada ao recém-nascido e a genitora encontra-se em momento de recuperação puerperal, impossibilitada de realizar atividades físicas e sexuais(3). A paternidade é um processo contínuo e dinâmico pautado na participação do homem nas diversas relações com sua família, logo a participação masculina no puerpério proporciona segurança a sua companheira e permite a interação imediata com o seu filho.

 

QUESTÕES NORTEADORAS

Qual a vivência do adolescente e do adulto jovem no pós-parto da sua companheira?  Como são desenvolvidas as relações pai-mãe-filho no pós-parto? Quais ações são desenvolvidas pelo adolescente e adulto jovem no pós-parto da companheira?

 

OBJETIVOS

Geral: compreender a vivência do adolescente e adulto jovem sobre o pós-parto da companheira.
Específicos: identificar o significado do pós-parto para o homem adolescente e adulto jovem; descrever o papel do homem adolescente e adulto jovem no pós-parto; analisar as ações desenvolvidas pelo homem adolescente e adulto jovem no contexto familiar durante o pós-parto.

 

MÉTODO

Estudo exploratório e descritivo com abordagem qualitativa, que será desenvolvido em 16 unidades de saúde da família, que realizam 100% da cobertura do serviço de pré-natal do município de Caicó, Rio Grande do Norte. Como participantes, homens adolescentes e adultos jovens que estejam com suas companheiras no puerpério.

Estima-se que serão entrevistados 21 participantes (conforme livro de registros das unidades de saúde) no período de junho a dezembro de 2014 que atendam aos seguintes critérios de inclusão: homens adolescentes e adultos jovens com idade entre 10 e 24 anos, em conformidade a faixa etária adotada pelo Ministério da Saúde e OMS; cujas companheiras estejam no puerpério tardio, considerado até o 45º dia após o parto; cadastradas no livro de registros das unidades básicas de saúde e que tenham realizado pelo menos uma consulta de pré-natal no município. Já os critérios de exclusão, homens que durante a coleta de dados abandonarem a entrevista e os que não estejam presentes no dia marcado.

O instrumento de pesquisa é um roteiro de entrevista semiestruturada, composta por duas partes. A primeira relacionada à caracterização dos entrevistados e a segunda por uma questão norteadora, a fim de atender as especificações dos objetivos propostos. A questão endereçada aos depoentes será ‘Conte-me como você vivenciou o pós-parto junto com sua companheira’. As entrevistas serão registradas em dispositivo de MP4 após assinatura do termo de autorização para gravação de voz.

A coleta de dados ocorrerá de julho a setembro de 2015. As informações coletadas serão apreciadas pela Teoria Fundamentada nos Dados. Nessa etapa será realizada a comparação constante entre os dados a partir das codificações aberta, axial e seletiva para definição das categorias. Após a categorização, os dados serão analisados a partir do Interacionismo Simbólico e discutidos conforme achados literários sobre a participação masculina no contexto do pós-parto.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob protocolo nº 1.011.896 conforme regulamenta a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

 

RESULTADOS ESPERADOS

A partir da análise da vivênciado adolescente e adulto jovem, pretende-se delinear ações de enfermagem que poderão ser desenvolvidas no pós-parto. Também deseja-se fomentar discussões para fortalecimento da participação masculina e aprimoramento da assistência de enfermagem nas ações da atenção à saúde da família.

 

REFERÊNCIAS

1. Bueno MNC, Meincke SMK, Schwartz E, Soares MC, Corrêa ACL. Paternidade na adolescência: a família como rede social de apoio. Texto Contexto Enferm [ Internet ].2012 [ cited 2015 mai 24 ] 21(2):313-9. Available from: http://www.scielo.br/pdf/tce/v21n2/a08v21n2.pdf.

2. Fiedler ML, Araújo A, Souza MCC. A prevenção da gravidez na adolescência na visão de adolescentes. Texto Contexto Enferm [ Internet ]. 2015 &91 cited 2015 mai 27 ⑬(1):30-7. Available from: http://www.scielo.br/pdf/tce/v24n1/pt_0104-0707-tce-24-01-00030.pdf.

3. Melo RM, Brito RS.The fathers’ perception about their presence in the labor room during the birth of their child: a descriptive study. Online braz j nurs [ Internet ]. 2013 Oct [ cited 2015 jun 03 ] 12 Suppl: 596-98. Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/4470

 

 

Todos os autores participaram das fases dessa publicação em uma ou mais etapas a seguir, de acordo com as recomendações do International Committe of Medical Journal Editors (ICMJE, 2013): (a) participação substancial na concepção ou confecção do manuscrito ou da coleta, análise ou interpretação dos dados; (b) elaboração do trabalho ou realização de revisão crítica do conteúdo intelectual; (c) aprovação da versão submetida. Todos os autores declaram para os devidos fins que são de suas responsabilidades o conteúdo relacionado a todos os aspectos do manuscrito submetido ao OBJN. Garantem que as questões relacionadas com a exatidão ou integridade de qualquer parte do artigo foram devidamente investigadas e resolvidas. Eximindo, portanto o OBJN de qualquer participação solidária em eventuais imbróglios sobre a materia em apreço. Todos os autores declaram que não possuem conflito de interesses, seja de ordem financeira ou de relacionamento, que influencie a redação e/ou interpretação dos achados. Essa declaração foi assinada digitalmente por todos os autores conforme recomendação do ICMJE, cujo modelo está disponível em http://www.objnursing.uff.br/normas/DUDE_final_13-06-2013.pdf

 

 

Recebido: 13/09/2015
Revisado: 21/11/2015

Aprovado: 23/11/2015