ARTIGOS ORIGINAIS

 

Madeleine Leininger e a teoria da diversidade e universalidade do cuidado cultural – um resgate histórico


Mônica Oliveira Batista Oriá1, Lorena Barbosa Ximenes1, Maria Dalva Santos Alves1

1Universidade Federal do Ceará

 


RESUMO
Objetivando obter uma compreensão da evolução histórica da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural (TDUCC) realizamos uma pesquisa documental das trajetória e produção intelectual de Madeleine Leininger a partir de consultas à base de dados (Medline), páginas da internet relacionadas à Leininger e visitas à bibliotecas. A TDUCC vem sendo aplicada em diferentes países do mundo se firmando como uma importante teoria para o desenvolvimento do cuidado fundamentado na cultura de nossa clientela. Acreditamos que a visão geral do contexto vivido por Leininger e suas influências para a construção de uma teoria de enfermagem internacionalmente aceita, possa ser útil para aqueles que desejam se enveredar pela pesquisa na área de enfermagem transcultural a encontrar um caminho para guiar a sua prática assistencial, de ensino e pesquisa.
Descritores: Teoria de Enfermagem; Cultura; Pesquisa.



INTRODUÇÃO

De acordo com Spradley e Allender(1) desde 1600 chegavam europeus e africanos (vindos como escravos) que foram se estabelecendo nos Estados Unidos da América (EUA). Em 1900 a imigração de países como Índia, Chile e Coréia cresceram de forma extraordinária em território americano. Ainda segundo as autoras os padrões de imigração ao longo dos anos contribuíram indubitavelmente para a construção de uma diversidade cultural nos EUA.

Destarte, visitar ou morar nos EUA significa, antes de mais nada, entrar em contato não só com o povo e a cultura americana mas conviver nas atividades do dia-a-dia com pessoas de diversos países como China, Japão, Sérvia, Israel, Índia, África, Filipinas, Bangladesh, Grécia, Rússia, Alemanha, Espanha para citar apenas alguns.

Desta feita, os setores de prestação de serviços dentro do território americano precisaram se adaptar a essa sociedade cosmopolita. Neste sentido, destacamos a necessidade que os enfermeiros americanos sentiram de conhecer e compreender as culturas de seus clientes para melhor assistí-los. A partir deste contexto não é de se estranhar que a Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural (TDUCC) tenha nascido naquele país.

Objetivando obter uma compreensão da evolução histórica da TDUCC realizamos uma pesquisa documental das trajetória e produção intelectual de Madeleine Leininger (fundadora do campo de enfermagem transcultural e autora da teoria em foco neste estudo).


METODOLOGIA

Para este estudo documental utilizamos como principais recursos para a coleta de dados o acervo bibliográfico  daClaude Moore Health Sciences Library da University of Virginia, consultas à base de dados (Medline), páginas da internet relacionadas à Leininger (www.tcns.orgwww.humancaring.org/). O material consultado, aproximadamente 70 documentos, foi organizado cronologicamente e por categoria (livros e periódicos). Com o material organizado foram realizadas diversas leituras para traçarmos a trajetória de Madeleine Leininger. Este estudo foi realizado entre Janeiro e Novembro de 2004.

Quem é Madeleine Leininger?

 

f1

Madeleine Leininger nasceu em Sutton, Nebraska, EUA, e freqüentou as escolas Sutton High School e Scholastica College. Leininger iniciou sua carreira em 1948 ao concluir o curso de graduação em enfermagem em St Anthony's School of Nursing (Denver-Colorado-EUA). Em 1950 concluiu também o curso de graduação em Ciências Biológicas no Benedictine College em Atkinson, Kansas(2) . Com essa formação Leininger atuou como instrutora, chefe da unidade médico-cirúrgica e abriu uma nova unidade psiquiátrica no St Joseph's Hospital em Omaha. 

 

Em 1954, Leininger obteve o título de Mestre em enfermagem psiquiátrica na Catholic University of America (Washington, DC)(2). A realização do curso de mestrado foi importante para que Madeleine conduzisse e publicasse suas pesquisas na área de enfermagem psiquiátrica (3-8) . Enquanto trabalhava em uma unidade psiquiátrica em meados dos anos 50, em Cincinnati, Leininger passou a perceber uma lacuna na compreensão dos fatores culturais que influenciavam no comportamento das crianças que estavam sob seus cuidados, e isso passou a preocupá-la em demasiado. A partir de então Leininger passou a refletir sobre a interrelação entre enfermagem e antropologia, e procurou adquirir conhecimentos específicos de antropologia para subsidiar sua assistência. Tal interesse fez com que Madeleine Leininger buscasse o programa de doutorado em Antropologia Psicológica, Social e Cultural da University of Washington (Seattle) em 1959 e procurasse fundamentar seus estudos nos aspectos conceituais relacionados à cultura, enfermagem e etnociência (9-19) .

Durante seu curso de doutorado Leininger desenvolveu o primeiro método de pesquisa genuinamente da enfermagem o qual denominou de Etnoenfermagem. Leininger define etnoenfermagem como o método de pesquisa qualitativa da enfermagem focalizada na abordagem naturalística, aberta à descoberta e amplamente indutiva para documentar, descrever, explicar e interpretar a visão de mundo, significados, símbolos e experiências de vida dos informantes e como eles enfrentam o atual ou potencial fenômeno do cuidado de enfermagem (20) . Com o método previamente definido Leininger passou a realizar estudos etnográficos/etnoenfermagem durante dois anos em Eastern Highlands (Nova Guiné) em uma população indígena (Gadsup).

Destarte, Leininger não só observou questões específicas daquela cultura mas também percebeu uma marcante diferença cultural entre os povos do ocidente e oriente especialmente no que se refere aos cuidados à saúde e práticas saudáveis. Essa experiência na Nova Guiné foi de grande importância para a fundamentação e validação de sua teoria.

Leininger constituiu-se na primeira enfermeira com o título de doutor em antropologia ao concluir o curso em 1965. Ciente da importância de partilhar os conhecimentos adquiridos com sua formação e contribuir para a formação de enfermeiros transculturais Leininger ofereceu em 1966 o primeiro curso de Enfermagem Cultural na University of Colorado.

Com a expansão multicultural da população americana os enfermeiros sentiram, em maior escala, a necessidade de receber adequada formação para cuidar de forma transcultural. A partir desse contexto a enfermagem transcultural foi inserida por Madeleine como disciplina da graduação em 1970. A inserção dessa disciplina nos programas de mestrado e doutorado teve início nos anos 80 em diversas universidades americanas, tais como na Minnesota State University, College of Health & Nursing Sciences da Delaware University, Southern Mississippi e University of Nebraska Medical Center. Dentre os países que oferecem cursos dessa natureza podemos citar Alemanha, Austrália e Equador. Atualmente, Madeleine Leininger continua atuando nas áreas de pesquisa, educação e consultoria em enfermagem transcultural.


TEORIA DA DIVERSIDADE E UNIVERSALIDADE DO CUIDADO CULTURAL
Madeleine Leininger cunhou o termo enfermagem transcultural, a qual considera ser diferente da antropologia médica e disciplinas afins, por estar focalizada em diferentes culturas, no cuidado cultural, nos fenômenos da saúde e da enfermagem. Foi Leininger também quem cunhou o termo cuidado culturalmente congruente (nos idos de 1960) para embasar o principal objetivo de sua teoria, qual seja: identificar os meios para proporcionar um cuidado de enfermagem culturalmente congruente aos fatores que influenciam a saúde, o bem-estar, a doença e a morte das pessoas de culturas diversas e semelhantes.

Os primeiros documentos publicados por Leininger que podem ser considerados os marcos iniciais da teoria foram os livros Nursing and anthropology: two worlds to blend (15) e Transcultural nursing: concepts, theories, and practice(21). Outras produções de Madeleine continuaram a nortear a expansão do conhecimento da enfermagem transcultural(22-28),  até que em 1991 a teoria foi publicada e discutida de forma mais ampla em seu livro Culture care diversity and universality: a theory of nursing(29) de leitura obrigatória para quem quer conhecer, estudar e aplicar a teoria.

Outros textos continuaram a ser publicados como forma de atualizar e reforçar o conhecimento da enfermagem transcultural(30-33).

Ao usar a TDUCC o mais importante para o enfermeiro é descobrir o significado do cuidado cultural, as práticas de cuidado específicas de cada cultura e como os fatores culturais especialmente religião, política, economia, visão de mundo, ambiente, gênero dentre outros fatores, podem influenciar no cuidado ao ser humano. Para tanto a teorista utilizou os seguintes conceitos para fundamentar a teoria: Cultura, Valores culturais, Cuidado de enfermagem culturalmente diverso, Etnocentrismo, Generalização, Estereótipo, Congruência cultural, Etnoenfermagem e Enfermagem transcultural.

Na concepção de Madeleine Leininger o fim último da teoria é usar os achados das pesquisas para proporcionar um cuidado congruente (com os valores, crenças e práticas culturais), seguro e significativo para as pessoas de culturas diversas e similares(20). A partir desse prisma a teorista considera que existe uma diversidade e uma universalidade cultural na prática do cuidar que precisa ser conhecida e compreendida para que a enfermagem possa assistir sua clientela de maneira satisfatória e humanística.

Tamanha preocupação em construir um cuidado cultural evidencia o quanto a teorista tem focalizado seus estudos no cuidado humano, sendo este um dos focos principais de sua teoria e de sua produção intelectual (34-44). Dessa forma, Madeleine Leininger é reconhecida como a líder dos estudos do cuidado humano.

Se inicialmente sua teoria não recebeu o crédito e o devido valor da comunidade científica, como relata a própria autora(29) nos dias atuais a teoria de Leininger é amplamente utilizada em diversos países do mundo. Tal fato fez com que Leininger considerasse importante fundar uma instituição que pudesse estabelecer um fórum de debates sobre a teoria, disseminar os conhecimentos adquiridos a partir da enfermagem transcultural e apoiar os pesquisadores da área.

Para cumprir com esses objetivos a Transcultural Nursing Society foi criada em 1974. Essa instituição mantém uma página na internet (www.tcns.org) com informações de interesse para os pesquisadores transculturais, realiza uma conferência anual, aberta à comunidade científica objetivando congregar os pesquisadores para discutir novas estratégias no campo de enfermagem transcultural e mantém há 15 anos um periódico especialmente dedicado à discutir a influência da cultura nos cuidados à saúde, o Journal of Transcultural Nursing.


APLICAÇÃO INTERDISCIPLINAR DA TDUCC
Ao longo dos anos, a teorista tem revelado à comunidade científica que a TDUCC pode e deve ser aplicada nas diversas disciplinas da enfermagem. Tal fato, é notório quando evidenciamos a aplicação da teoria na administração de enfermagem(45-47), educação(48-55), pesquisa(26;31;56-60) e saúde mental(6;8;16)
.


O FUTURO DA TDUCC
Diante da globalização ora vigente, Leininger se mantém preocupada com a solidificação da enfermagem transcultural não só como uma disciplina mas como ciência e sua respectiva aplicação nesse terceiro milênio, sendo este o foco principal da produção de Leininger no início deste século(20;61-64).

Na concepção de Madeleine a utilização da teoria pode proporcionar diversos benefícios não só para a comunidade onde a teoria está sendo aplicada mas para a sociedade internacional como um todo. A partir dessa premissa é que nos últimos anos Leininger tem inclusive defendido a tese de que conhecer, compreender e cuidar do outro a partir de sua realidade cultural é fundamental para o estabelecimento da harmonia e paz mundial. Em seu texto Leininger defende que tragédias como os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, dentre outros conflitos, poderiam ter sido evitados se o conhecimento do cuidado transcultural fosse usado em todo mundo para prevenir tais atos humanos destrutivos(20).

Dentro dessa proposta, a teorista lista os principais desafios para os pesquisadores da enfermagem transcultural nesse terceiro milênio(65):

1. usar de forma mais explícita os conhecimentos da enfermagem cultural em todas as áreas clínicas de enfermagem;
2. desenvolver mais estudos e avaliar os benefícios do cuidado culturalmente competente;
3. promover e usar as políticas, princípios, paradigmas e perspectivas teóricas da enfermagem transcultural para guiar as decisões e ações da enfermagem;
4. a necessidade de especialistas em enfermagem transcultural impactar o conhecimento da enfermagem transcultural na mídia, nas agências governamentais, dentre outros;
5. conduzir pesquisas criativas para descobrir outras culturas ainda pouco conhecidas;
6. abordar questões éticas, morais e legais relacionadas à diversas culturas;
7. estabelecer colaboração de educação, pesquisa e prática multi e interdisciplinares mantendo o foco distinto de cada disciplina;
8. disseminar o conhecimento da enfermagem cultural em publicações internacionais;
9. a necessidade de estabelecer fundos para a educação e pesquisa transcultural e
10. a necessidade de estabelecer uma rede global de enfermagem transcultural.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A TDUCC vem sendo utilizada ao longo dos anos como referencial teórico e/ou metodológico de estudos conduzidos pela enfermagem em diversos países. No Brasil a teoria tem se mostrado um importante instrumento para se conhecer a clientela que a enfermagem precisa assistir. Tal fato contribui para a construção de um corpo próprio de conhecimentos que devem culminar com a implementação de um cuidado culturalmente congruente à realidade do indivíduo.

Assim, acreditamos que esta visão geral do contexto vivido por Leininger e suas influências para a construção de uma teoria de enfermagem internacionalmente aceita, possa ser útil para aqueles que desejam se enveredar pela pesquisa na área de enfermagem transcultural a encontrar um caminho para guiar a sua prática assistencial, de ensino e pesquisa.


REFERÊNCIAS

1. Spradley BW, Allender JA. Transcultural nursing in the community. In: Allender JA, Spradley BW, editors. Community health nursing: concepts and practice. Philadelphia: Lippincott, 2001. p. 57-79.

2. Welch AZ. Madeleine Leininger: Culture care: diversity and universality theory. In: Tomey AM, Alligood MR, editors. Nursing theorists and their work. St Louis: Mosby, 2002. p. 501-526.

3. Leininger M. Clinical specialist in child psychiatric nursing: role and function. University of Cincinnati Publications 1954;2-6.

4. Leininger M. Identifying care needs and how these needs can be met through psychiatric nursing. University of Cincinnati Publications 1955;8-12.

5. Leininger M. Changes in psychiatric nursing. Can Nurse 1961; 57:938-49.

6.Leininger MM. Community psychiatric nursing: trends, issues, and problems. Perspect Psychiatr Care 1969; 7(1):10-20.

7. Hofling CF, Leininger M. Basic psychiatric concepts in nursing. Philadelphia: J.B. Lippincott, 1960.

8. Leininger M. Contemporary issues in mental health nursing. Boston: Little Brown, 1973.

9. Leininger M. The culture concept and its relevance to nursing. J Nurs Educ 1967; 6(2):27-37.

10. Leininger M. Nursing care of a patient from another culture: Japanese-American patient. Nurs Clin North Am 1967; 2:747-62.

11. Leininger M. The significance of cultural concepts in nursing. MLN Bull 1968; 16(2):3-4.

12.Leininger MM. Cultural differences among staff members and the impact on patient care. MLN Bull 1968; 16(5):5-6.

13. Leininger MM. The use of cultural concepts in patient care. MLN Bull 1968; 16(5):3-4.

14. Leininger M. Ethnoscience: a new and promising research approach to the health sciences. Image J Nurs Sch 1969; 3(1):2-8.

15. Leininger M. Nursing and anthropology: two worlds to blend. New York: John Wiley & Sons, 1970.

16. Leininger M. Some anthropological issues related to community mental health programs in the United States. Community Ment Health J 1971; 7(1):50-61.

17. Leininger M. Nursing in the context of social and cultural systems. In: Mitchell P, editor. Basic concepts to nursing. New York: McGraw-Hill, 1973: 37-60.

18. Leininger M. The culture concept and its relevance to nursing. In: Auld M, Birum L, editors. The challenge of nursing: a book of readings. St Louis: Mosby, 1973. p. 39-46.

19. Leininger M. Health care dimensions: transcultural health care issues and conditions. Philadelphia: F.A. Davis, 1976.

20. Leininger M. Culture care theory: a major contribution to advance transcultural nursing knowledge and practices. J Transcult Nurs 2002; 13(3):189-92.

21. Leininger M. Transcultural nursing: concepts, theories and practices. New York: John Wiley & Sons, 1978.

22. Leininger M. Transcultural nursing: a new subfield to general nursing and health knowledge. Manitoba: University of Manitoba, 1978.

23. Leininger M. Transcultural nursing care of adolescent and middle age adult. Salt Lake City: University of Utah College Nursing, 1979.

24. Leininger M. Transcultural nursing. New York: Masson, 1979.

25. Leininger M. Cultural change, ethics and the nursing care implications. Salt Lake City: University of Utah College Nursing, 1980.

26. Leininger MM. Qualitative research methods in nursing. Philadelphia: WB Saunders, 1985.

27. Leininger M. Transcultural nursing theory. In: Marriner A, editor. Nursing theorists and their work. St Louis: CV Mosby, 1986. p. 144-60.

28. Leininger M. Transcultural nursing: a worldwide necessity to advance nursing knowledge and practice. In: McCloskey J, Grace H, editors. Nursing issues. Boston: Little, Brown & Co, 1990.

29. Leininger MM. Culture care diversity and universality: a theory of nursing. New York: National League for Nursing Press, 1991.

30. Leininger M. Culture Care Theory: the relevant theory to guide nurses functioning in a multicultural world. NLN Publ 1993;(15-2548):105-21.

31. Leininger MM, McFarland MR. Transcultural nursing; concepts, theories, research & practice. New York: McGraw-Hill; 2002.

32. Leininger M. Transcultural nursing: concepts, theories, research, and practice. New York: McGraw Hill; 1995.

33. Leininger M. Culture care diversity and universality: a theory of nursing. Boston: Jones & Bartlett Publishers; 2001.

34. Leininger M. The phenomenon of caring. Part V. Caring: the essence and central focus of nursing. Nurs Res Rep 1977; 12(1):2-14.

35. Leininger M. Caring: a central focus of nursing and health care services. Nurs Health Care 1980; 1(3):135-43.

36. Leininger M. Care facilitation and resistance factors in the culture of nursing. Top Clin Nurs 1986; 8(2):1-12.

37. Leininger M. Care symposium: resources on culture (letter to the editor). J Nurs Adm 1986; 16(6):35.

38. Leininger M. Care: discovery and uses in clinical community nursing. Detroit: Wayne State University Press; 1988.

39. Leininger M, Watson J. The caring imperative in education. New York: National League for Nursing; 1990.

40. Leininger M. Ethical and moral dimensions of care. Detroit: Wayne State University Press; 1990.

41. Leininger M. The phenomenon of caring: importance, research questions and theoretical considerations. In: Ismeurt R, Arnold E, Carson V, editors. Readings: concepts fundamental to nursing. Philadelphia: Springhouse; 1990. p. 5-11.

42. Leininger M. Historic and epistemologic dimensions of care and caring with futuristic directions. In: Stevenson J, Reimer T, editors. Knowledge about care: state of the art and future developments. Kansas City: American Nurses Association; 1990. p. 19-31.

43. Gaut D, Leininger M. Caring: the compassionate healer. New York: National League for Nursing; 1991.

44. Leininger M. Reflections on Nightingale with a focus on human care theory and leadership. In: Nighingale F, Burnum B, editors. Nightingale, notes on nursing: what it is, and what it is not. Philadelphia: JB Lippincott; 1992. p. 28-29.

45. Leininger M. Transcultural nursing administration: an imperative worldwide. J Transcult Nurs 1996; 8(1):28-33.

46. Leininger M. Are nurses prepared to function worldwide? J Transcult Nurs 1994; 5(2):2-4.

47. Leininger M. Health care reform: when will it include transcultural nursing care? J Transcult Nurs 1993; 4(2):2-3.

48. Leininger M. Teaching transcultural nursing to transform nursing for the 21st century. J Transcult Nurs 1995; 6(2):2-3.

49. Leininger M. Teaching transcultural nursing in undergraduate and graduate programs. J Transcult Nurs 1995; 6(2):10-26.

50. Leininger M. Transcultural nursing research to transform nursing education and practice: 40 years. Image J Nurs Sch 1997; 29(4):341-47.

51. Leininger M. Nursing education exchanges: concerns and benefits. J Transcult Nurs 1998; 9(2):57-63.

52. Leininger M. This I believe--about interdisciplinary health education for the future. Nurs Outlook 1971; 19(12):787-91.

53. Leininger M. Doctoral programs for nurses: trends, questions, and projected plans. Part I: trends, questions, and issues on doctoral programs. Nurs Res 1976; 25(3):201-10.

54. Leininger M. Changing directions in nursing education. Primary and transcultural nursing care. Taehan Kanho 1977; 16(4):58-67.

55. Leininger M. Transcultural nursing education: a worldwide imperative. Nurs Health Care 1994; 15(5):254-57.

56. Leininger M. Major directions for transcultural nursing: a journey into the 21st century. J Transcult Nurs 1996; 7(2):28-31.

57. Leininger M. Culture care theory, research, and practice. Nurs Sci Q 1996; 9(2):71-8.

58. Leininger M. Overview of the theory of culture care with the ethnonursing research method. J Transcult Nurs 1997; 8(2):32-52.

59. Leininger M. Founder's focus: theoretical, research, and clinical critiques to advance transcultural nursing scholarship. J Transcult Nurs 2001; 12(1):71.

61. Leininger MM. Current issues in using anthropology in nursing education and services. West J Nurs Res 2001; 23(8):795-806.

62. Leininger M. Founder's focus: types of sciences and transcultural nursing knowledge. J Transcult Nurs 2001; 12(4):333.

63. Leininger M. Founder's focus: cultural diffusion trends, uses, and abuses in transcultural nursing. J Transcult Nurs 2002; 13(1):70.

64. Leininger M. Founder's focus: transcultural nursing care makes a big outcome difference. J Transcult Nurs 2003; 14(2):157.

65. Leininger M. Founder's focus--the third millennium and transcultural nursing. J Transcult Nurs 2000; 11(1):69.

 


Recebido: 22/03/2005 
Revisado: 17/06/2005
Aprovado: 07/07/2005