EDITORIAL

A educação em enfermagem para a mudança do sistema de saúde nos eua

 

 

Mauro Leonardo Salvador Caldeira dos Santos1
1Universidade Federal Fluminense

 

 


RESUMO
A partir do relatório do IOM em relação à Educação da Enfermagem para o século 21 ressalta que as necessidades do paciente e ambiente de cuidados se tornaram mais complexas do que aos do século passado. Um dos passos para novo impulso da educação para atendimento de alta qualidade são competências que as enfermeiras precisam ser atingidas como: liderança, política de saúde, trabalho em equipe e colaboração, melhoria do sistema, pesquisa e prática baseada em evidências, bem como a competência em áreas de conteúdo específicas , como comunidade, saúde pública e geriatria. Por outro lado, as enfermeiras estão sendo chamadas para preencher papéis de expansão e dominar as ferramentas tecnológicas e sistemas de gestão de informação, e a colaborar e coordenar os cuidados com as equipes de profissionais de saúde.
Palavras-chave: educação; enfermagem; Estados Unidos


 

 

O relatório do IOM em relação à Educação da Enfermagem para o século XXI ressalta que as necessidades do paciente e ambiente de cuidado tornaram-se mais complexas, se comparadas àquelas do século passado. Um dos passos para que haja um novo impulso da educação para atendimento de alta qualidade consiste na aquisição de certas competências pelas enfermeiras, dentre as quais se destacam a liderança; a política de saúde; o trabalho em equipe e colaboração; a melhoria do sistema; a pesquisa e prática baseada em evidências; e a competência em áreas de conteúdo específicas como comunidade, saúde pública e geriatria. Por outro lado, as enfermeiras estão sendo chamadas para preencher papéis de expansão como o de dominar as ferramentas tecnológicas e sistemas de gestão de informação, e a colaborar e coordenar os cuidados com as equipes de profissionais de saúde.(1)

Para atender às crescentes demandas, o comitê do IOM sugere níveis elevados de educação para enfermeiros com a finalidade de melhor prepará-los para atender às necessidades da população.

Embora várias escolas de enfermagem americanas atendam ao rápido crescimento da pesquisa em saúde e conhecimento, acumulam-se informações disponíveis no currículo, o que adiciona sobreposições de conteúdo que requerem mais instruções. Assim, novas abordagens e modelos educacionais devem ser desenvolvidos para responder ao florescente aumento de informação no campo. Por exemplo, conceitos fundamentais que possam ser aplicados em todas as configurações e em diferentes situações precisam ser ensinados, em vez de ser exigida a memorização. Neste sentido, as competências devem alcançar níveis de proficiência no que concerne ao conhecimento de cuidados de gestão e tomada de decisões, habilidades necessárias em uma variedade de situações clínicas e ambientes de cuidados. Assim, deve fazer parte da formação de todo profissional, o desenvolvimento de novas competências que auxiliem na tomada de decisões, na liderança de equipe, na melhoria da qualidade do serviço prestado e no desenvolvimento de sistemas de pensamento.

É necessário que haja mudanças profundas na formação de enfermeiros, antes e depois de receberem suas licenças profissionais, com vistas a um mais alto nível de educação para a força de trabalho. A educação em enfermagem deve servir como uma plataforma para a aprendizagem ao longo da vida continuada e deve incluir oportunidades para a perfeita transição para programas de grau mais elevado. O comitê recomenda que os enfermeiros, estudantes de enfermagem e professores continuem a sua educação e se engajem na aprendizagem ao longo da vida. Alguns programas e percursos educativos, como programas de ascensão de nível como especialização, mestrado e doutorado, são concebidos para facilitar a progressão acadêmica para níveis mais elevados de educação. Apoio financeiro para a concretização destes programas será importante, incluindo o financiamento de bolsas e auxílios para os enfermeiros que pretendam perseguir essas vias. Os caminhos também oferecem oportunidades para o aumento da diversidade geral do corpo discente e do profissional enfermeiro, com relação à raça e etnia, geografia e experiência pessoal.

Embora a composição do corpo estudantil de enfermagem seja mais racial e etnicamente diversa do que a da força de trabalho atual, a diversidade continua a ser um desafio dentro da profissão. Maior diversidade racial e étnica entre todos os prestadores de cuidados de saúde leva a relacionamentos mais fortes com pacientes de comunidades não brancas, em ascensão na população dos EUA, que está tornando-se cada vez mais diversificada. Escolas de enfermagem e outros grupos relevantes precisam criar programas para recrutar e reter mais pessoas pertencentes a minorias raciais e étnicas, bem como profissionais do sexo masculino, que totalizam apenas sete por cento de todos os enfermeiros na profissão(2).

Desta forma, alguns questionamentos fazem-se necessários em relação à educação em enfermagem, em todos os níveis, na realidade brasileira, tais como:

Para a enfermagem brasileira, seria melhor a construção de um currículo único ou um diverso?

Os modelos pedagógicos são capazes de incentivar a reflexão e a crítica sobre a realidade da comunidade LGBT no contexto socioeconômico, de gênero, étnico e de intolerância religiosa?

A pobreza, iniquidades e fome são tratadas com a importância devida?

Os programas acadêmicos stricto sensu atendem às reais demandas sociais atuais ou reproduzem o modelo hermético que os instituiu, com vistas à reserva de mercado ou à sua própria sobrevivência?

 

 

REFERÊNCIAS

1. Institue of Medicine of the National Academies. The Future of Nursing: Leading Change, Advancing Health. Washington: IOM; 2010 [cited 2012 ago 08]. Available from: http://www.iom.edu/Reports/2010/The-Future-of-Nursing-Leading-Change-Advancing-Health/Report-Brief-Education.aspx

2. Institute of Medicine of the National Academies. The Future of Nursing: Leading Change, Advancing Health. Washington: IOM; 2010. [cited 2012 ago 08]. Available from:  http://www.iom.edu/Reports/2010/The-Future-of-Nursing-Leading-Change-Advancing-Health/Report-Brief-Education.aspx?page=2