RESUMO DE TESES E DISSERTAÇÕES

 

Desempenho sexual e sintomas do climatério de mulheres que realizam atividade física

 

Estela Rodrigues Paiva Alves1, Aurélio Molina da Costa1, Maria Djair Dias2

1Universidade de Pernambuco
2Universidade federal da Paraíba

 


RESUMO
Objetivo: investigar a associação entre o padrão de desempenho sexual e a intensidade dos sintomas do climatério em mulheres que realizam atividade física.
Método: estudo descritivo de corte transversal realizado com 260 mulheres entre 40 e 65 anos de idade no período de julho a setembro de 2011. Para coleta de dados utilizou-se um questionário semiestruturado, o Índice Menopausal de Blatt & Kupperman e o Quociente Sexual - versão feminina. O tratamento dos dados incluiu teste de associações de Qui-quadrado e Exato de Fisher.
Resultados: as mulheres com o padrão de desempenho sexual bom/excelente, avaliadas pelo QS-F, foram as que mais no IMBK, apresentaram manifestações leves. Dentre as que apresentaram um padrão de desempenho sexual ruim/desfavorável encontraram-se maiores escores de manifestações moderadas e intensas. A associação entre as duas escalas se mostrou significativa (p<0,001).
Conclusão: o padrão do desempenho sexual está associado à sintomatologia do climatério.

Descritores: Enfermagem; Climatério; Sexualidade.


 

Data da defesa: Recife, 27 de fevereiro de 2012.

Componentes da banca: Prof. Dr. Aurélio Molina da Costa (Presidente - UPE), Profª. Drª. Simone Maria Muniz da Silva Bezerra (Membro - UPE/UFPE), Profª. Drª. Ana Márcia Spanó Nakano (Membro externo - EERP/USP).

Referência: ALVES ERP. O padrão de desempenho sexual e a intensidade da síndrome do climatério em um grupo de mulheres que realizam atividade física [Dissertação]. Recife (PE), Brasil: Escola de Enfermagem, Universidade de Pernambuco; 2012.

 

OBJETIVO

Investigar a associação entre o padrão de desempenho sexual e a intensidade da sintomatologia do climatério em mulheres que realizam atividade física.

 

MÉTODO

Estudo descritivo de corte transversal realizado com 260 mulheres entre 40 e 65 anos de idade(1), de um programa de atividade física (Academia da Cidade) implantado pela Secretaria de Saúde do Recife/PE, escolhidas aleatoriamente no período de julho a setembro de 2011. Foram incluídas as mulheres que relataram ter tido atividade sexual nos últimos seis meses que antecederem a data da entrevista e; excluídas aquelas que faziam uso de contraceptivos orais e que estavam em tratamento de reposição hormonal ou uso de fitoestrógenos. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista, utilizando um questionário socioeconômico e demográfico semiestruturado, o Índice Menopausal de Blatt & Kupperman (IMBK) e o Quociente Sexual - versão feminina (QS-F)(2,3). Os dados foram processados e analisados no SPSSâ e houve busca de associações entre variáveis dependentes e independentes utilizando o teste Qui-quadrado e Exato de Fisher. A margem de erro utilizada nas decisões estatísticas foi de 5%. Para o cumprimento da resolução 196/96, foi solicitado o aceite das entrevistadas por meio da assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco, em 06 de maio de 2011, sob o registro nº 059/11.

 

RESULTADOS

A idade média das mulheres foi de 51 (+/-7,2) anos, com uma mediana de 50 anos, sendo que quase metade (47,7%) tinha entre 40 e 49 anos. Em relação às características socioeconômicas e demográficas, dois terços (66,2%) se declarou “não branca” e a maioria (82,3%) vivia em união estável. A religião católica apareceu com o maior percentual (72,7%) e mais da metade (58,5%) tinha oito ou mais anos de estudo. Em relação à profissão/ocupação, 63,5% exercia atividade remunerada, sendo que quase metade (44,2%) tinha uma renda per capita maior que um salário mínimo. Quanto à intensidade dos sintomas, cerca da metade (47,7%) apresentou manifestações leves e apenas um sexto (17,3%) relatou sintomatologia intensa. Entre as manifestações intensas, os sintomas mais referidos foram: artralgia/mialgia, nervosismo, formigamento e ondas de calor. As mulheres com o padrão de desempenho sexual bom/excelente, avaliadas pelo QS-F, foram as que mais apresentaram manifestações leves, no IMBK. Dentre as que apresentaram um padrão de desempenho sexual ruim/desfavorável encontraram-se maiores escores de manifestações moderadas e intensas.

 

DISCUSSÃO

A associação entre as duas escalas se mostrou significativa (p<0,001). A fase do climatério merece atenção especial, pois a orientação sobre adoção de hábitos de vida saudáveis (prática regular de atividade física e alimentação adequada) pode representar uma mudança significativa na redução da intensidade dos sintomas, conferindo às mulheres, melhor qualidade de vida.

 

CONCLUSÃO

Nossos dados sugerem que o padrão do desempenho sexual está associado à sintomatologia do climatério entre mulheres que realizam atividade física e que, por meio de ações de educação em saúde, os enfermeiros podem estimular as mulheres a adotarem uma postura mais segura diante dos sintomas e sua repercussão na vida sexual.

 

REFERÊNCIAS

1. Ministério da Saúde [ BR ]. Manual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa. Brasília: Ministério da Saúde; 2008.

2. Kupperman HS, Blatt MHG. Menopausal indice. J Clin Endocrinol. 1953; 13(1):688-94.

3. Abdo CHN. Quociente sexual feminino: um questionário brasileiro para avaliar a atividade sexual da mulher. Diagn tratamento [ Internet ]. 2009 [ cited 2011 Feb 12 ]14(2):89-91. Available from: http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2009/v14n2/a0013.pdf

 

 

Recebido: 16/04/2012
Revisado: 23/01/2013
Aprovado: 30/03/2013

 

 

Apoio: Estudo inédito como resultado de Dissertação em Enfermagem e financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).