BOTA DE UNNA COMPARADA À BANDAGEM ELÁSTICA EM PORTADORES DE ÚLCERAS VENOSAS: ENSAIO CLÍNICO

 

 Alcione Matos de Abreu¹, Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira²

 

1, 2  Mestrado Acadêmico Ciências do Cuidado em Saúde na Universidade Federal Fluminense

 

RESUMO

A principal causa das úlceras de etiologia venosa é a hipertensão venosa e conseqüente  hipertensão capilar. O tratamento consiste em reverter à hipertensão venosa ao nível das veias superficiais dos membros inferiores, por esta razão a terapia compressiva é indicada para esses pacientes. Objetivos: Descrever o processo de reparo tecidual em pacientes com úlcera venosa em uso da terapia compressiva inelástica (Bota de Unna) em comparação ao uso da bandagem elástica. Comparar os resultados clínicos e evolutivos do processo de reparo tecidual das ulceras venosas dos pacientes submetidos ao tratamento com terapia inelástica e elástica. Metodologia: Trata-se de um estudo clínico experimental randomizado e controlado, aberto, prospectivo, com abordagem quantitativa, realizado em um Hospital Universitário. A amostra será de 18 pacientes, acompanhados por 13 semanas. O instrumento de coleta de dados terá questões sócio-demográficas, clínicas e específicas da úlcera. A análise dos dados será com base no software SPSS.

Descritores: Bota de Unna; Terapia compressiva; Úlcera venosa.

 

 

SITUAÇÃO PROBLEMA E SUA SIGNIFICÂNCIA

A principal causa das úlceras de etiologia venosa é a hipertensão venosa e conseqüente a hipertensão capilar (1,2). O tratamento consiste em reverter a hipertensão venosa ao nível das veias superficiais dos membros inferiores, por esta razão a terapia compressiva é indicada para esses pacientes.(2,3) Existe atualmente uma grande variedade de terapias compressivas no mercado para o tratamento de úlceras venosas, porém ainda não está claro se todas elas são realmente efetivas ou qual dessas terapias possui  a melhor indicação(²).

Os objetivos do estudo são: Avaliar os resultados clínicos e evolutivos do processo de reparo tecidual em pacientes com úlcera venosa em uso da terapia compressiva inelástica (Bota de Unna) em comparação ao uso da terapia elástica (atadura elástica); analisar satisfação e conforto do paciente no uso das duas terapias compressivas.

 

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo clínico experimental randomizado e controlado, aberto, prospectivo, com abordagem quantitativa. Será desenvolvido no Ambulatório de Reparo de Feridas do Hospital Universitário Antonio Pedro. A amostra será de 18 pacientes. Para alocação aleatória será realizada uma lista através do software Biostat 5.0 que realizará o sorteio dos participantes em dois grupos, um grupo utilizará como tratamento a Bota de Unna, e o outro a atadura elástica, este último utilizará como curativo primário a gaze vaselinada. A lista será aplicada aos participantes a medida que eles ingressarem no estudo. Todos os voluntários terão que atender aos seguintes critérios de inclusão: pacientes adultos, de ambos os sexos, com diagnóstico médico de úlcera venosa, com Índice tornozelo-braquial maior que 0,9. Serão excluídos do estudo acamados e/ou cadeirante; diabéticos; com diagnóstico de úlcera arterial, neuropática ou mista; que apresentem alergia ao uso dos produtos utilizados no estudo; infecção no leito da úlcera; dor e cianose no membro inferior após a aplicação do produto; em uso de corticóides. O tempo de acompanhamento será de 13 semanas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina do Hospital Universitário Antônio Pedro, sob o protocolo nº 327/2010 e CAAE:0252.0.258-000-10, atendendo a Resolução nº 196/96 do Ministério da Saúde que regulamenta os critérios para a pesquisa utilizando seres humanos. Está devidamente registrado sob a denominação Trial (req:195) e WHO UTN U1111-1122-5489 no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos.

A coleta de dados seguirá três etapas: Etapa I: Abordagem inicial com o paciente de cada grupo, fornecimento de informações sobre a pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento livre e esclarecido. Em dia posterior, realização da anamnese e início do uso da terapia inelástica (Bota de Unna) ou da terapia elástica. Etapa II: Consultas semanais, com troca do curativo, avaliação clínica das lesões, mensuração, decalque e fotografia digital através da aplicação dos protocolos do estudo. Todos os pacientes serão orientados a trocar o curativo secundário em domicílio com frequência variando de acordo com a produção do exsudato que a úlcera produz, além da proteção do curativo durante o banho. Estes são os meios para se prevenir o odor e a infecção da úlcera.

A análise dos dados será através da estatística descritiva e inferencial com base no software SPSS versão 14.0 Windows.

 

REFERÊNCIAS

1.    Albino AP, Furtado K, Pina E. Boas práticas no tratamento e prevenção das úlceras de perna de origem venosa. Tipografia Lousanense, Ltda. 2007.

2.    O´meara S, Cullun  NA, Nelson  EA. Compression for venous leg ulcers. Cochrane Data base Syst Rev, En: Biblioteca Cochrane Plus 2009 Número 2. Oxford: Update Software Ltd. Disponible en: http://www.update-software.com. (Traducida de The Cochrane Library, 2009 Issue 1 Art no. CD000265. Chichester, UK: John Wiley & Sons, Ltd.). Acesso em 30 de outubro de 2010.

3.    Oliveira BGRB, Lima FFS, Araújo JO.  Ambulatory care of wounds – clients profile with chronic lesion a prospective study. Online Brazilian Journal Nursing [online] 2008; [Capturado 20 dez. 2011]; 7(2). Disponível em: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/viewArticle/j.1676-4285.2008.150.

Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos: Trial (req:195) e WHO UTN U1111-1122-5489.

 

DADOS DO PROJETO

Dados do Projeto: Projeto de dissertação de Mestrado Acadêmico Ciências do Cuidado em Saúde da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense. Aprovado no CEP: Faculdade de Medicina e do Hospital Universitário Antonio Pedro, Protocolo 327/10, CAAE: 0252.0.258.000-10.

Endereço para correspondência: Rua Noronha Torrezão 407 apt. 304 Bloco 7 Bairro Santa Rosa, Niterói RJ, Cep 24240-181.Apoio Financeiro a Pesquisa: CAPES-CNPq (bolsa de estudo).